Nacional

Movimentos sociais organizam eventos alternativos para dias de partidas da Copa

 
O integrante do Comitê Popular da Copa e Olimpíadas do Rio de Janeiro Gustavo Mehl disse que o fato de vários movimentos sociais denunciarem problemas relacionados à realização da Copa do Mundo não significa que os participantes sejam contra o futebol ou a seleção brasileira.
 
“Tem algumas pessoas, principalmente no discurso oficial do governos e das grandes empresas que estão se beneficiando com a Copa dizendo que se manifestar, criticar ou questionar a Copa do Mundo é não gostar do futebol, ser contra o futebol. Mas na verdade, eu particularmente sou apaixonado por futebol e isso é uma das razões que me motiva a ir á manifestação, é justamente contra o projeto de diminuir o futebol a uma perspectiva de um negócio lucrativo para alguns poucos”, justificou. 
 
De acordo com ele, a ideia não é boicotar a Copa, mas assistir aos jogos com plena consciência dos significados negativos do evento. “A Copa não trouxe benefício para a população, mas benefício para alguns grupos privados. Nesse clima, a gente está passando o jogo aqui para dialogar com a população que está passando e lembrar que, por mais que a gente possa ver os jogos e armar os nossos esquemas para ver os jogos, a crítica deve permanecer”.
 
O grupo marcou para o dia 12, abertura da Copa, a primeira manifestação com a chamada “Nossa Copa é na Rua”, que envolverá movimentos sociais, sindicatos, representações, coletivos e grupos de juventude. A concentração será na Candelária as 10h, com saída ao meio-dia em direção ao Largo da Lapa. Há previsão de se fazer outros eventos ManiFest para a transmissão dos jogos, além de atos pontuais durante os jogos da primeira fase e manifestações nos dias das partidas das oitavas de final, quartas de final e na final no Estádio do Maracanã.
 
O comitê também lançou o terceiro Dossiê de Mega Eventos e Violações de Direitos Humanos. “Ele traz um apanhado de todo o acúmulo que o Comitê Popular da Copa tem nos últimos anos, das críticas a esses eventos envolvendo uma série de questões como moradia, com as remoções forçadas; a mobilidade, que não melhorou como legado para a população; e esportes, com a falta de incentivo a dois anos das Olimpíadas”, explicou Mehl.
 
Para ele, as manifestações de junho de 2013 foram resultado de uma série de insatisfações que a população tinha com relação às violações de direitos. “Algumas coisas ficam claras, os padrões de violações não foram interrompidos em nenhum aspecto, o que a gente teve foi um avanço muito grande na capacidade da sociedade civil das comunidades, das associações de moradores, dos grupos organizados, de questionar alguns padrões de violações e de lutar por direitos. Junho de 2013 foi o ápice, em que explodiu em manifestações de rua toda uma insatisfação, descontentamento, e uma tomada de consciência do que estava acontecendo”, avaliou. 
 
Agência Brasil 

Redação

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