O Senado argentino aprovou na quinta-feira, 20, a suspensão das primárias que ocorreriam este ano, com vistas às eleições legislativas de outubro. A medida foi promovida pelo governo de Javier Milei para economizar cerca de US$ 150 milhões.
O projeto, que já havia sido parcialmente aprovado pela Câmara dos Deputados há duas semanas, foi ratificado com 43 votos a favor, 20 contra e 6 abstenções.
A norma exigia que todas as forças políticas passassem por primárias abertas, simultâneas e obrigatórias (PASO), para concorrer nas eleições gerais e legislativas. Apenas candidatos ou listas com pelo menos 1,5% dos votos nas primárias poderiam seguir na disputa.
A suspensão das primárias foi defendida pelo Poder Executivo durante o período de sessões extraordinárias do Congresso como parte do plano “motosserra” de Milei para reduzir os gastos públicos.
Um dos principais argumentos apresentados foi o alto custo das eleições, estimado em US$ 150 milhões, e a defesa de que as PASO não cumpriam o objetivo original de democratizar as forças políticas.
O governo comemorou o resultado da votação e agradeceu o apoio dos legisladores que contribuíram para a aprovação. Apesar de ocupar a terceira posição no Parlamento, Milei precisa do voto dos aliados para que suas propostas avancem.
“As PASO foram usadas pelos partidos políticos como uma grande pesquisa nacional paga por todos os cidadãos, um luxo que a Argentina não pode se dar”, afirmou o escritório do presidente nas redes sociais.
A suspensão das primárias foi decidida apenas para este ano, quando ocorrerá a renovação de metade dos assentos das duas câmaras do Congresso. No entanto, o governo já anunciou que continuará trabalhando para a suspensão definitiva das PASO. Fonte: Associated Press.