A Justiça absolveu a professora Rafaela Screnci Da Costa Ribeiro que matou dois jovens atropelados em frente a uma boate em Cuiabá em 2018. A decisão foi divulgada nessa sexta-feira (16) e foi proferida pelo juiz Wladimir Perri, da 12ª Vara Criminal da capital. Atuou no caso o advogado Giovane Santin pela acusada cuja tese defensiva restou acolhida pelo magistrado. Da decisão ainda cabe recurso pelo Ministério Público.
O acidente ocorreu em 23 de dezembro de 2018. Ela é acusada de matar Myllena de Lacerda Inocencio e Ramon Alcides Viveiros, além de deixar Hya Girotto Santos gravemente ferida.
A reportagem tenta contato com a defesa da ré o do Ministério Público para se posicionar sobre a decisão.
Quase um ano após o acidente, a bióloga foi acusada pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) de estar embriagada ao volante e dirigindo em alta velocidade, o que configura em assumir o risco de matar. Ela foi acusada de duplo homicídio doloso e tentativa de homicídio.
Conforme a decisão da Justiça, foi analisada a avaliação das conclusões técnicas que estavam nos laudos periciais. Um dos documentos diz que as vítimas assumiram um risco ao usarem a via pública “violando completamente o princípio da confiança que deve ser observado entre os seus usuários”.
“Nessa conjuntura, embora a acusada possa ter cometido conduta contrária ao direito (ao dirigir o seu veículo sob a influência de álcool e/ou com algum excesso de velocidade), compreendo que o atropelamento não decorre desse comportamento ilícito, mas é atribuível exclusivamente às vítimas”, diz o juiz na decisão.
Conforme o juizado, Rafaela ainda pode responder pelos crimes por infrações no trânsito, como embriaguez e/ou direção perigosa.
Relembre o caso
O acidente deixou um morto no local e duas vítimas gravemente feridas e aconteceu às 5h50 do dia 23 de dezembro de 2018, em frente à uma casa noturna em Cuiabá.
Na ocasião, Rafaela Screnci da Costa Ribeiro, na época com 33 anos, foi presa em flagrante e autuada no plantão da Polícia Civil pelos crimes de homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal culposa.
Ao ser detida, Rafaela se recusou a realizar o teste do bafômetro e exame de sangue. De acordo com a polícia, ela apresentava sinais visíveis de embriaguez.
Ela foi conduzida para audiência de custódia. Posteriormente, pagou fiança e passou a responder em liberdade.
A universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, morreu na hora. As outras vítimas eram Ramon Alcides Viveiros, 25 anos, que morreu após ficar cinco dias internado no hospital, e Hya Giroto Santos, de 21 anos, a única sobrevivente do atropelamento. Ela foi internada em coma, passou por quatro cirurgias e depois teve alta médica.
O acidente gerou ainda danos materiais em outro veículo que estava estacionado.