O motorista André Alessandro Alvim, de 40 anos, que foi preso após invadir um evento de caminhoneiros e atropelar cinco pessoas, em Anápolis, a 55 km de Goiânia, foi solto após uma audiência de custódia. O juiz Adriano Linhares entendeu que ele deve aguardar a conclusão do inquérito em liberdade.
Segundo a Polícia Civil, o condutor foi autuado por dirigir embriagado, lesão corporal e tentativa de homicídio. O teste do bafômetro comprovou índice de 0,82 miligramas de álcool por litro de ar expelido.
“Ele não queria, obviamente, matar ou ferir ninguém. Mas assumiu o risco de produzir o resultado, pois além de estar embriagado, aquele era um local com uma grande concentração de pessoas, de veículos, então tudo indica que nós tenhamos aí crimes a título de dolo eventual”, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Glayson Reis.
O atropelamento aconteceu na tarde de domingo (4). Um vídeo mostra o momento em que o caminhão que Alvim conduzia fez zigue-zague, atravessou a pista contrária e entrou no local do evento.
As imagens ainda mostram quando o caminhão vermelho seguia pela avenida e virou à esquerda, atravessando a pista contrária da via e entrando em um evento. Ele atingiu a pessoa que fazia o vídeo. Em seguida, o veículo derrapou e parou ao bater na estrutura da entrada e em um caminhão baú.
Cinco pessoas ficaram feridas, sendo que um jovem de 18 anos teve lesões mais graves. Ele foi levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), que informou que o rapaz teve queimaduras no couro cabeludo e no rosto. O G1 tenta contato com a unidade, na manhã desta terça-feira (6), para saber sobre o estado de saúde da vítima.
Entre os feridos também estava um menino de 3 anos e a dona de casa Malvina Sampaio, de 62 anos. Eles receberam alta horas depois do acidente.
Embriaguez
O sargento da Polícia Militar José Carlos Rodrigues esteve no local e informou que o motorista dirigia de forma descontrolada, mostrando sinais de embriaguez.
“Ele estava voltando para o evento quando fez manobras para a direita e para a esquerda, desgovernou, passou por cima de um canteiro e entrou no estacionamento onde acontecia o evento. Ele passou por cima da barraca, que caiu e machucou as pessoas, depois bateu em um caminhão baú que estava parado lá”, contou o policial militar ao G1.
O motorista foi submetido ao teste do bafômetro, que comprovou que ele estava bêbado. "O índice registrado, de 0,82 miligramas, ultrapassou o limite para que a autoridade arbitre fiança, então estou impossibilitado de arbitrar fiança", explicou o delegado que registrou a ocorrência, Cleiton Lobo.
Medo
A dona de casa Malvina Sampaio sofreu um corte na cabeça, mas foi liberada após atendimento médico. Ela relatou, em entrevista à TV Anhanguera, os momentos de terror que viveu. "Foi muito rápido, ele [motorista] veio correndo, acelerado. Não deu tempo de correr, de fazer nada. Quando eu vi já estava em cima", lamentou.
Já o motorista Rony Carolos Rodrigues, pai do menino de 3 anos que foi atropelado, diz que o filho sofreu apenas escoriações, mas ainda assim a situação o deixou muito assustado. "Eu temi o pior, pois o filho da gente, o ente que a gente mais ama. Então fiquei desesperado na hora", contou.
Evento irregular
O tenente José Henrique Bandeira, do Corpo de Bombeiros, diz que o evento de caminhoneiros era irregular.
"Todo evento temporário, em que há aglomeração de pessoas, os bombeiros precisam estar presentes no local para estar fazendo vistoria. Ainda mais aqui que envolviam muitas tendas, com aglomeração, então a gente tem que ver todo um contexto envolvendo brigadistas e extintores de incêndio. Não chegou nenhum pedido no Corpo de Bombeiros", afirmou.
A Secretaria de Fiscalização de Posturas de Anápolis informou que o representante da loja de departamentos que cedeu o espaço para o evento e os organizadores foram notificados a apresentar toda a documentação sobre o encontro de caminhoneiros.
A reportagem tentou contato com a loja de departamento e os organizadores do evento, mas não houve retorno até esta publicação.
Fonte: G1