O Tribunal do Júri de Rondonópolis (218 km de Cuiabá) julga nesta quarta-feira (3) o motorista Uisnei Silva de Oliveira, acusado de matar o caminhoneiro Renan Souza Vieira, de 28 anos, e de tentar matar a esposa e a filha da vítima, que estavam no veículo no momento do crime. O réu foi denunciado pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) por homicídio qualificado e dupla tentativa de homicídio.
De acordo com a 6ª Promotoria de Justiça Criminal do município, Uisnei teria agido por motivo fútil, utilizando meio que gerou perigo comum e de forma a dificultar a defesa das vítimas. O caso ganhou grande repercussão na cidade e mobilizou a opinião pública após a divulgação de imagens de câmeras de segurança que mostram a ação.
A promotora de Justiça Ludmilla Evelin de Faria S. Cardoso sustenta que o réu manobrou o caminhão betoneira em marcha ré de maneira intencional, atingindo diretamente Renan, que sofreu traumatismo cranioencefálico. A denúncia ressalta ainda que o ato colocou em risco outros pedestres e transeuntes que passavam pelo local.
Segundo o Ministério Público, a esposa de Renan, Josiane Fonseca do Nascimento, de 30 anos, e a filha do casal, de apenas 1 ano, escaparam por circunstâncias alheias à vontade do acusado. Ambas estavam na cabine do caminhão atingido e poderiam ter sido mortas junto com a vítima.
O réu, que já possui histórico criminal por tráfico de drogas, furto qualificado, uso de entorpecentes e ameaça, chegou a apresentar versões contraditórias sobre o episódio. Em depoimento, afirmou não ter percebido que havia esmagado Renan e tentou atribuir a culpa ao caminhoneiro morto. Contudo, as imagens do circuito de segurança reforçam a tese da acusação.
Relembre o caso
O crime aconteceu no dia 18 de julho de 2024, após uma discussão de trânsito entre Renan e Uisnei. Testemunhas relataram que Renan havia parado sua carreta em um cruzamento e aberto a porta do veículo quando foi surpreendido pela manobra em marcha ré da betoneira. Ele acabou prensado entre seu caminhão e o veículo conduzido pelo acusado. Após o impacto, Uisnei deixou o local, mas acabou preso no mesmo dia. A brutalidade da cena, registrada por câmeras, provocou forte comoção em Rondonópolis e gerou uma onda de pedidos de justiça.
