Opinião

Mostra traz lado astrônomo de Santos-Dumont

O menino que sonhava em voar e, de tanto sonhar, realizou um dos maiores sonhos do homem: o de voar, Alberto Santos-Dumont, tinha sonhos cada vez mais altos e não é de se estranhar que acabasse voando ao infinito e além. Assim, em agosto de 1914, se dedicava ao estudo da astronomia. Quando residia em Trouville, perto do mar e utilizava diversos aparelhos de observação em plena segunda guerra mundial, chegou a ser preso porque foi acusado pelos vizinhos de espionar para os alemães. Com sua explicação de que se tratavam de instrumentos astronômicos tudo foi esclarecido ele foi solto recebendo um pedido de desculpas da polícia francesa.

 

Essa sua faceta, entre tantas outras da curiosa vida do inventor do avião e do relógio de pulso, pode ser vista em Cuiabá, até 1 de outubro, gratuitamente, no Palácio da Instrução onde está abrigada, desde o último dia 10 de agosto, a mostra “Santos-Dumont – Coleção Brasiliana Itaú”. A exposição traz um acervo de cerca de 600 peças sob a curadoria da jornalista Luciana Garbin e do Itaú Cultural, entre elas, os instrumentos astronômicos utilizados por Santos-Dumont, como um binóculo, uma luneta e outros instrumentos científicos. Está aí uma boa oportunidade de fomentar o interesse do público pelo lado astrônomo deste cientista.

 

Seu interesse pelo espaço era tanto que uma de suas invenções foi o Conversor (ou transformador) Marciano, instrumento que servia para ajudar esquiadores a subir as montanhas nevadas. O nome vem de sua ideia de reproduzir a gravidade de Marte e reduzir o peso.

 

Homenagens no céu e na Terra

 

Uma coincidência ou forma de o destino mostrar que Santos-Dumont estava destinado a ganhar os céus é sua data de nascimento: 20 de julho de 1873 (96 anos antes da chegada do homem à Lua). Em 1976 a União Astronômica Internacional prestou homenagem ao inventor brasileiro, colocando seu nome em uma cratera lunar sendo ele o único brasileiro detentor desta distinção. A cratera localiza-se cerca de 60 km do local de pouso da missão Apollo 15.

 

A propeller-shaped structure created by an unseen moon appears dark in this image obtained by NASA’s Cassini spacecraft of the unilluminated side of Saturn's rings.

Em 2010 a sonda Cassini que estuda os anéis do planeta Saturno e termina sua odisseia em setembro de 2017 detectou perturbações em alguns anéis daquele planeta que remetem à hélices que, um tempo depois uma delas foi batizada com o nome de ‘Santos-Dumont’.

A estrutura da hélice é de 5 quilômetros (3 milhas) na dimensão radial (a dimensão se desloca para fora de Saturno, o que está longe da moldura no canto inferior direito da imagem da foto).

 

Já no planeta Terra é também em sua homenagem e acessível à comunidade científica desde julho de 2016, o supercomputador que leva seu nome localizado na sede do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis/RJ. A máquina atende a instituições de todo o Brasil, em diversas áreas do conhecimento, entre elas a astronomia.

 

Serviço

 

Mostra Santos-Dumont – Coleção Brasiliana Itaú

Exibição em tamanho natural da aeronave Demoiselle.

De terça-feira a sexta-feira, das 8h às 19h

Sábado, domingo e feriado, das 9h às 18h

Piso 2

Indicada para todas as idades

Entrada gratuita

Agendamento escolar: (65) 3613-9240

Palácio da Instrução

Rua Antonio Maria, 151, Bairro Centro Norte, Cuiabá (MT)

(Adriana Nascimento – Space News MT)

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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