Não pode fazer aquilo. Matar a pauladas, amarrar pelos pés, que nem um bicho. A afirmação é do sobrinho do homem linchado após ser apontado como suspeito de assassinar a ex-companheira na cidade de Lucena, no Litoral Norte da Paraíba, no domingo (14). Em entrevista à TV Cabo Branco, o rapaz, que pediu para não ser identficado, lamentou o fato do tio ter praticado o homicídio e pagado o crime com a própria vida. "Realmente, o que ele fez não tem perdão, mas o que fizeram com ele foi horroroso", completou.
Irandir Luiz da Silva, de 44 anos, foi espancado até a morte pela população de Lucena, após ser apontado como autor do homicídio da ex-companheira, de 27 anos, de acordo com informações da Polícia Civil. Ainda segundo a polícia, a mulher foi morta com um golpe de faca na saída de uma casa de show, na madrugada do domingo (14). Na manhã de domingo, revoltada com o crime, a população amarrou, espancou com paus e esfaqueou Irandir Luiz da Silva.
O delegado José Guedes Sobrinho, da Delegacia de Crimes Contra a Pessoa, confirmou que o suspeito de matar a ex-companheira havia sido espancado até a morte. "As pessoas amarraram o suspeito pelas pernas e, ao que tudo indica, ele foi morto a cacetadas porque há muitos pedaços de pau no local, comentou o policial.
Familiares dos dois mortos relataram à polícia que a mulher assassinada manteve um relacionamento com Irandir Luiz da Silva por alguns meses, mas há pouco tempo ela tinha acabado a relação para voltar a morar com o marido e seus sete filhos. Segundo a mãe de Irandir, Iraci da Silva, o filho não aceitou o fim da relação.
A gente dava conselho pra ele deixar ela, porque ela tinha os filhos dela, o marido dela. Mas ele amava ela, aí ficou com ciúme. Ter que passar por isso é uma dor para uma mãe, lamentou a mãe do homem linchado. A casa de Irandir da Silva foi invadida e revirada pelo moradores.O corpo de Irandir da Silva foi encontrado amarrado nas imediações da comunidade Carrapeta, no bairro do Treze, em Lucena, na manhã de domingo. Os corpos de Irandir e da ex-companheira foram velados na tarde de domingo (14).
G1