Depois de quase dois dias de julgamento, o ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi condenado, na tarde 11 de setembro de 2015, a 44 anos e dois meses de prisão em regime fechado pela morte do empresário Rivelino Jacques Brunini, que integrava uma rede de caça-níqueis no estado, de Fauze Rachid Jaudy, além da tentativa de homicídio de Gisleno Fernandes. Os crimes ocorreram em junho de 2002.
Na data do duplo homicídio, as vítimas estavam em uma oficina mecânica localizada na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, em Cuiabá, por volta de 15h, quando foram surpreendidas por Hércules de Araújo Agostinho, acusado de prestar serviços de pistolagem para Arcanjo.
Em uma motocicleta, Agostinho se aproximou e disparou contra Brunini e contra outros dois que o acompanhavam. Brunini morreu na hora após ser atingido por sete disparos. Era ele o alvo da ação, segundo o MP. No entanto, Rachid Jaudy acabou sendo atingido também e morreu em decorrência do ferimento. Por sua vez, também atingido na ação, Gisleno Fernandes, a terceira vítima, acabou sobrevivendo.
Duplo homicídio
Apesar de o alvo ser Rivelino Brunini, a Justiça entendeu que o ex-bicheiro também deveria ser condenado pelo homicídio de Fauze Rachid Jaudy. "Na hipótese dos autos, apesar de terem sido cometidos nas mesmas condições de tempo, lugar e maneira de execução, os delitos foram praticados contra vítimas diferentes, com desígnios autônomos, pois, conforme constata-se do acórdão impugnado, um crime não poderia ser considerado continuação do outro já que, no primeiro, agiu por motivo fútil e, no segundo, buscava assegurar a execução e a impunidade em relação ao primeiro, agindo de surpresa", diz trecho da decisão.