Incêndio destruiu o Museu da Língua Portuguesa, em SP, nesta segunda (21) (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo)
Familiares do bombeiro civil Ronaldo Pereira, de 39 anos, morto durante incêndio no Museu da Língua Portuguesa, no Centro de São Paulo, passaram a madrugada desta terça-feira (22) no IML (Institulo Médico Legal) de Pinheiros, na Zona Oeste, para liberar o corpo.
"Um amor. Era muito carinhoso, muito atencioso. Ele era meu tudo", disse Rita de Cássia, mulher da vítima. "Pelo que eu fiquei sabendo, ele tirou todo mundo pra fora e ele que ficou", afirmou. "Eu sei que ele está feliz onde ele está, porque morreu fazendo o que gostava mesmo", declarou Rita.
A vítima morava no bairro da Casa Verde, na Zona Norte e estava casado há seis anos.
O bombeiro trabalhava no prédio do museu como brigadista há três anos. Quando os bombeiros entraram no prédio, ele já estava caído no chão desacordado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele tentava combater as chamas e teve uma parada cardiorrespiratória.
O corpo de Ronaldo Pereira será velado no Cemitério de Santana, conhecido como Chora Menino, na Zona Norte. O horário não foi divulgado. O enterro será no Cemitério Vila Nova Cachoeirinha, também na Zona Norte.
Perícia
Técnicos e peritos da polícia técnica vão avaliar as condições do prédio para tentar determinar a causa do incêndio. "Isso depende de uma perícia que vai ser feita pela polícia técnico-cientifica", disse o comandante do Corpo de Bombeiros, Rogério Bernardes Duarte.
O incêndio durou três horas. Todo o prédio foi afetado pelo fogo e pela fumaça e vai ter que ser reconstruído, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Após o incêndio ter sido controlado, ainda havia risco de queda de parte do telhado. "Foi uma área bem grande, afetou todos os pavimentos. Praticamente toda a área do museu", afirmou.
Funcionários do museu relataram aos técnicos da Defesa Civil que o fogo teria começado no segundo andar durante a troca de uma lâmpada, que teria provocado um curto-circuito. As causas serão apuradas.
O fogo começou no primeiro andar por volta de 16h, e rapidamente alcançou os dois andares superiores e o telhado do edifício construído em 1901, que abriga o museu desde a sua inauguração, em 2006. Mais de 60 viaturas e 120 bombeiros foram ao local tentar controlar o fogo. Eles impediram que o telhado levasse as chamas até a Estação da Luz. O museu tinha seguro de R$ 45 milhões.
Transporte afetado
A Estação Luz da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ficará fechada nesta terça-feira (22), após incêndio que destruiu parte do prédio da estação. Segundo a CPTM, a estação poderá ser aberta durante o dia.
A decisão foi tomada após análise de técnicos e engenheiros que temem o risco de desabamento da estrutura do prédio afetado.
A alternativa para os usuários é utilizar as linhas 7-Rubi, que opera até estação Barra Funda e tem integração com a Linha 3-vermelha do Metrô, e a 11-Coral, que opera até a estação Brás – também com integração com a Linha 3-vermelha do Metrô. A Estação Júlio Prestes, da Linha 8-Diamante, é outra opção que fica a cerca de 250 m da Estação Luz.
As linhas 1-Azul e 4-Amarela do Metrô que passam pela Luz operam normalmente, mas sem interligação com a CPTM.
Fonte: G1