A elefanta Pocha, de 55 anos, que viveu duas décadas em um ecoparque em Mendonza, na Argentina e foi transferida para o Santuário dos Elefantes, em Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, morreu na noite dessa quinta-feira (6). Segundo a administração do local, ainda não se sabe a causa da morte, porém uma necropsia será feita, em breve.
Pocha e Guillermina chegaram no Santuário dos Elefantes no dia 12 de maio. Foram seis dias de viagem. Em Mendonza, elas viviam em um recinto de 150 metros, sem árvores, grama ou lagoas.
Segundo o Santuário, enquanto Pocha estava na Argentina, os veterinários presenciaram pequenos sinais de problemas de saúde subjacentes, mas nada foi diagnosticado.
Quando ela e Guillermina chegaram no Santuário, houve um episódio em que ela se cansou e estava um pouco mais lenta para comer, mas depois de uma injeção de multivitamínico, ela melhorou.
Há alguns dias, o Santuário notou que ela estava exigente com o feno. Depois de uma dose de vitamina, ela parecia mais resplandecente, mas cansada. No entanto, quando a administração voltou para checá-la um tempo depois, descobriu que ela havia falecido.
De acordo com o Santuário, todas as elefantas que vivem no local ficaram por perto observando o corpo de Pocha.
"Também temos uma grande sensação de alívio em saber que ambas fizeram a viagem para o Santuário antes do falecimento de Pocha, assim Guillermina não está processando sua dor sozinha, ela agora tem outros elefantes a quem recorrer. Talvez Pocha tivesse um senso que seu tempo no Santuário era curto e encorajou Guille a se aventurar, aproveitar a vida com as amigas, explorar a natureza e descobrir verdadeiramente como a vida de um elefante deve ser", disse o Santuário.
A chegada
Pocha e Guillermina viveram duas décadas em um recinto de concreto subterrâneo. Como as duas viviam em um local fechado, não conheceram o ambiente natural no princípio. De acordo com os biólogos que estavam na viagem, elas ficaram bem tranquilas, mas cansadas.
Desde junho do ano passado, as elefantas estavam se preparando para ser transferidas ao Santuário dos Elefantes.
Elas precisaram se acostumar com uma caixa de transporte e para isso foi feito um treinamento.
Personalidade
Pocha tem 55 anos e vivia nas instalações de Mendoza desde 1968, depois de chegar da Alemanha. Guillermina, filha de Pocha e Tamy, tem 22 anos e nasceu no local. A filha nunca conheceu outra realidade, além das paredes.
Pocha é uma mãe quieta e protetora, enquanto Guillermina tem uma grande personalidade, age como uma criança mimada.
A mãe tem pele clara por esfregar nos muros de concreto e também devido à pele seca. Ela também tem muita pele rosada com pintas pretas, comum com a despigmentação que ocorre nos elefantes asiáticos. Ela tem um sorriso largo e olhos brilhantes.
Guillermina não conhece o comportamento apropriado dos elefantes, e sua mãe a deixa fazer o que quiser. A elefanta é insegura, tímida e um pouco medrosa. Ambas são curiosas.
A filha tem uma aparência jovem com uma estrutura pequena, pele firme e uma pequena barriga. A vida inteira dela foi em um recinto de concreto. Ela nunca pôde explorar qualquer forma de vida dinâmica e, por causa disso, a insegurança regula as poucas escolhas que tem.
Amigos e membros do Santuário
Atualmente, o Santuário possui cinco elefantes: Bambi, Lady, Maia, Mara e Rana.
A Bambi tem 58 anos e viveu no circo por mais de 40 anos. Foi apreendida e enviada para zoológicos, onde permaneceu por 10 anos. Ela chegou no Santuário em Setembro em 2020, fica facilmente animada e encontra alegria nas pequenas coisas da vida.
Lady é outra elefanta que viveu no circo por 40 anos. Ela foi confiscada e enviada a um zoológico onde viveu por seis anos. Ela possui alguns problemas de saúde nas patas, doença nas articulações e um abscesso antigo na bochecha que está sendo curado no Santuário.
Quando vivia em um zoológico, fugiu para caminhar três metros e comer um pouco de grama. Lady é insegura, mas muito corajosa e adora explorar. Aos poucos está adquirindo confiança nos humanos e em outros elefantes.
Maia tem 48 anos e chegou no Santuário em 2016. Ela viveu no circo por 30 anos, foi confiscada e, sem ter para onde ir, foi mantida acorrentada na fazenda do advogado do circo por cinco anos.
Ela tem muita personalidade e adora guloseimas.
Já Mara nasceu na Índia e foi levada para um zoológico na Alemanha. Em 1970 foi trazida para a América do Sul para se apresentar em circos e em 1995 enviada para Buenos Aires. Ela chegou ao Santuário em maio de 2020.
Rana tem 60 anos e foi transferida para o Santuário em dezembro de 2018. Ela viveu no circo por 40 anos. Ficou esquecida, sem informações por dois anos, até ser enviada a um zoológico na costa brasileira, onde ficou por sete anos.
As irmãs Sally e Jorgie são integrantes do espaço desde abril de 2019. O Santuário cuida de vários animais que sofreram maus-tratos. Elas foram compradas de um proprietário que vende leite de cabra para não ser usadas para essa finalidade.
A cabra Jorgie possui um acessório para os chifres. De acordo com o Santuário, ela é um pouco temperamental e, para não representar risco, foram colocados pedaços de "macarrões de piscina" nos chifres dela. Os adereços não machucam e nem atrapalham a visão da cabra.
Jorgie também persegue galinhas que vivem no Santuário, adora estar perto das pessoas e é bastante teimosa.
Além das cabras, o Santuário também possui gatos, cachorros, galinhas e um cordeiro.
Milo é um cordeiro que chegou no Santuário com sete dias de idade, depois que a mãe dele morreu. Ele estava muito doente, então passou os primeiros meses de vida dentro de casa e começou a dormir nas camas dos cachorros.
Ele passou a dormir na varanda com os cachorros e corria com eles. De acordo com o Santuário, Milo tem passado mais tempo com Jorgie e Sally e começou a descobrir que tinha coisas em comum com elas.