Mato Grosso enfrenta novo período crítico de estiagem e moradores da Serra de São Vicente, em Santo Antônio de Leverger, intensificam a preparação para ações de combate ao fogo. Produtores rurais, funcionários e comunidades locais se organizaram para reforçar vigilância, adquirir equipamentos e construir aceiros, numa tentativa de conter a propagação das chamas em uma época caracterizada por ventos fortes e baixa umidade relativa do ar.
Segundo André Zaneti, presidente da Associação dos Produtores Rurais da Serra de São Vicente, as lembranças do ano anterior ainda são vivas: uma carreta carregada com algodão em pluma pegou fogo e espalhou focos por grande parte da Serra. “O produtor rural é um dos principais agentes interessados em preservar as áreas produtivas, de reserva legal e proteção permanente contra as queimadas. Os danos podem ter dimensões catastróficas e se as chamas saírem de controle, vão destruindo tudo que encontrar pela frente”, afirmou.
A Associação dos Produtores Rurais vem ampliando a organização local para prevenir novos focos, mobilizando proprietários e moradores para aquisição de equipamentos, treinamentos e construção de aceiros. Zaneti informou que a entidade buscará auxílio do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) para orientações técnicas e pleiteará ao governo do Estado políticas de subsídio para compra de caminhões e carretas-pipa. Também há intenção de firmar parceria com o Senar/MT para cursos de combate a incêndio direcionados à comunidade.
O Núcleo Jurídico da Associação orienta associados e moradores sobre a importância de registrar Boletins de Ocorrência sempre que houver focos de calor nas propriedades, medida que pode ajudar na responsabilização e salvaguarda de direitos. Enquanto isso, a vigilância comunitária permanece ativa: rondas, monitoramento de pontos críticos e comunicação rápida entre vizinhos fazem parte das ações preventivas adotadas.
O CBMMT reforça que o uso do fogo para limpeza e manejo de áreas rurais é proibido em várias regiões conforme calendário estadual e federal: de 1º de junho a 31 de dezembro no Pantanal; de 1º de julho a 30 de novembro nas áreas da Amazônia e do Cerrado; e banido em áreas urbanas durante todo o ano. Em caso de indícios de incêndio florestal, a população deve denunciar imediatamente pelos números 193 ou 190.