O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 0,3% em outubro ante setembro, segundo o Monitor do PIB, apurado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Na comparação com outubro de 2024, houve crescimento de 1,0% em outubro de 2025. A taxa acumulada em 12 meses até outubro foi de avanço de 2,3%.
Segundo a FGV, esse é o segundo mês consecutivo de variação negativa da atividade econômica, sob influência da política monetária restritiva.
“A economia seguiu em processo de desaceleração em outubro, com relação a setembro, ao retrair 0,3%. Pela ótica da produção, o desempenho da agropecuária e da indústria ajudam a explicar a queda na atividade econômica enquanto, pela ótica da demanda, os investimentos (formação bruta de capital fixo) e o consumo do governo contribuíram negativamente para o resultado”, apontou Juliana Trece, coordenadora do Monitor do PIB – FGV, em nota oficial.
O Monitor do PIB antecipa a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais.
“Apesar da perda de fôlego da economia, muito influenciada pelo patamar elevado da taxa de juros, ainda assim houve crescimento em componentes relevantes, como o setor de serviços e o consumo das famílias. Cabe registrar, contudo, que o espaço para o crescimento tem se mostrado cada vez mais reduzido, o que se refletiu no resultado de outubro sendo a segunda queda consecutiva na taxa mensal com relação ao mês imediatamente anterior”, completou Trece.
No trimestre móvel encerrado em outubro de 2025 ante o trimestre terminado em outubro de 2024, o PIB cresceu 1,5%. Sob a ótica da demanda, o consumo das famílias avançou 0,5% no período.
“O consumo de não duráveis e o de duráveis têm contribuído negativamente para o desempenho do componente, porém, o desempenho positivo no consumo de serviços e de semiduráveis compensaram estas quedas e sustentaram o total do consumo em terreno positivo”, apontou o relatório do Monitor do PIB.
A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos no PIB) teve uma alta de 2,0% no trimestre até outubro deste ano ante o mesmo período do ano anterior. O resultado foi puxado pelos aumentos nos componentes da construção e de outros ativos da FBCF, a despeito da retração no componente de máquinas e equipamentos.
A exportação de bens e serviços registrou alta de 8,9% no trimestre até outubro de 2025 ante o trimestre até outubro de 2024.
“A exportação se destaca pela trajetória ascendente de suas taxas de variação interanuais desde o 1º trimestre do ano, o que é explicado, em grande parte, pelos elevados crescimentos nas exportações de produtos agropecuários e da extrativa mineral. Além desses, praticamente todos os tipos de exportação tiveram contribuição positiva neste trimestre, sendo a única exceção as exportações de bens de capital”, explicou a FGV.
As importações subiram 1,2% no trimestre até outubro ante o mesmo trimestre do ano anterior. Houve contribuição positiva de bens de capital e de bens de consumo, mas quedas em produtos da extrativa mineral, bens intermediários e serviços.
Em termos monetários, o PIB alcançou R$ 10,530 trilhões de janeiro a outubro de 2025, em valores correntes.
A taxa de investimento da economia foi de 20,0% em outubro.



