Estou a poucas horas de entrar em mais uma noite, passo por momentos de tristeza.
Meu coração se faz atordoado. Meus cabelos brancos já percorreram vários “sentimentos”, sempre os vivi e vivenciei de inúmeras formas, porém jamais senti o vazio que sinto agora. Não de direitos, pois sempre tive e tenho todos os apoios e carinhos necessários.
Mas meu coração se sente entristecido.
Talvez meus débitos advindos de pretéritos milenares não estejam sendo resgatados da maneira correta.
Talvez minhas obrigações não cumpridas provoquem cobranças interiores as quais minha compreensão não esteja captando.
Mas me sinto um tanto triste.
Sinto-me afastado e até mesmo à margem do social que me envolve, que vibra e festeja. Minhas energias gritam por envolvimentos, mas meu coração clama por isolamentos tristes.
Sinto grande aperto, meu coração chora…
Minhas lágrimas de tristeza sabem, estão se transformando na alegria solitária de que preciso.
Sim, sei… É o velho tempo a mostrar que nove meses de isolamento no carinhoso ventre materno em nosso começo leva à contrapartida do isolamento nos tempos em busca da velhice.
Sim, chorei. Precisava chorar, pois o coração atingia pressões insuportáveis não sei de onde e nem por de onde. Mas o alívio me foi dito.
Agora, mais equilibrado e com o raciocínio em claras, consigo visualizar o início de pequenos motivos, motivos esses que com certeza poderão ser traduzidos em momentos de “gloriosos chegares” ao porvir.
Começo a visualizar o isolamento da velhice.
Mas, mesmo sentindo o isolamento ser por demais: “doído!…”.
Minhas eternidades me encaminham: Forte!…
Zécarlos.
