O dólar operou sem sinal único ante rivais, avançando contra os principais pares europeus, mas recuando ante o iene, em uma recuperação da moeda japonesa após uma série de sessões em que o ativo operou pressionado. A sessão contou com liquidez reduzida e uma agenda esvaziada em virtude dos feriados de final de ano. Entre os emergentes, destaque para o rublo russo, que voltou a sofrer forte queda.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,12%, a 108,130 pontos. Perto das 18h00, o dólar recuava a 156,92 ienes, a libra tinha baixa a US$ 1,2552 e o euro recuava a US$ 1,0405.
Ipek Ozkardeskaya, analista sênior do Swissquote, aponta que o euro vê resistência no nível de US$ 1,0435. Já o dólar continua a flertar com a resistência de 158 ienes, à medida que investidores e funcionários do governo estão envolvidos em debates acalorados. O ministro das finanças do país, por exemplo, disse que o governo tomará as medidas adequadas contra movimentos excessivos do iene, enquanto os membros do Banco do Japão (BoJ) mantiveram a possibilidade de um aumento das taxas em cima da mesa para janeiro, destaca.
As últimas observações não estavam totalmente alinhadas com o que o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, sugeriu durante o anúncio da última decisão, quando disse que o BoJ precisa de tempo para compreender as implicações das políticas do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e que isto poderia levar até março-abril para ficar mais claro, pondera Ozkardeskaya.
Alguns economistas destacam que se o BoJ não tomou medidas este mês, não foi apenas por causa de Trump, mas também por causa de preocupações internas sobre a reação política entre o governo minoritário e a oposição em matéria de reformas orçamentárias e fiscais. “Não está claro se essas incertezas serão dissipadas a tempo da próxima reunião política do BoJ, mas a desculpa de Trump certamente se manterá por mais alguns meses”, avalia. Até lá, o dólar provavelmente continuará a subir ante o iene com o risco aumentado de uma intervenção direta caso o nível de 160 ienes seja atingido.
Enquanto isso, o rublo seguiu sua forte desvalorização ante o dólar, mais de 4%, ainda seguindo as sinalizações do Banco Central da Rússia de que retirará apoios ao ativo no começo de 2025. A moeda vem sofrendo com a volatilidade nas últimas semanas, especialmente pela possibilidade de novas sanções americanas à instituições financeiras russas. Nos últimos dias, Moscou confirmou ainda que está usando pagamentos em bitcoins para evitar parte das restrições que sofre desde a invasão da Ucrânia em 2022. No final da tarde, o dólar se valorizava a 110,4980 rublos, ante 105,7562 do final da última sessão.