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Modelo acusada de golpes confessa crimes e se diz ‘arrependida’

Modelo conhecida como Barbie, Bruna Cristine participou de audiência em Goiânia  (Foto: Sílvio Túlio/G1)

Acusada de aplicar golpes nas redes sociais, a modelo Bruna Cristine Menezes de Castro, de 25 anos, confessou nesta terça-feira (8) que vendeu, mas não entregou celulares a duas pessoas. Conhecida como Barbie, a jovem, que está presa, foi ouvida em audiência de instrução na 11ª Vara Criminal de Goiânia no processo em que responde pelo crime de estelionato.

Os casos ocorreram em 2013 e 2014. Uma das vítimas teve prejuízo de R$ 3 mil e a outra, de R$ 700. Tanto Ministério Público quanto a defesa se posicionaram por penas alternativas. Por isso, ela deve ser solta em até 10 dias e, caso seja condenada, poderá recorrer em liberdade.

Bruna, que está detida desde o dia 11 de agosto na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, chegou ao local algemada e vestindo calca e camiseta branca, além de um par de sandálias. Ela estava maquiada e com os cabelos escovados e foi a última a ser ouvida. Disse estar arrependida e que pretendia sim entregar os aparelhos.

"Tinha programado uma viagem para o exterior com meu marido, seria a lua de mel que a gente não teve. Eu iria comprar os celulares e entregar. Mas, devido a alguns problemas, não pudemos ir. Depois, programamos mais uma vez, mas não deu certo porque já estávamos em processo de separação", disse.

Questionada pelo juiz Donizete Martins de Oliveira, que presidiu a sessão, se tem interesse de repassar o dinheiro das vítimas, ela respondeu positivamente. "Quero reparar o prejuízo. Vou voltar a trabalhar na empresa do meu padrasto e a dar aulas de italiano", afirma a modelo, que também tem nacionalidade italiana.

Pena alternativa
Ao fim da audiência, tanto o MP quanto a defesa da acusada, pediram ao Judiciário que a pena seja relacionada a medidas restritivas de direito e não de liberdade. As alegações são de que ela é ré primária, confessou espontaneamente os crimes e os cometeu sem o uso de grave ameaça.

"Terminamos a instrução do processo, que está concluso para o juiz fazer a sentença. Há uma controvérsia sobre o momento em que ela vai sair, provavelmente, na intimação da sentença. Entre a defesa e acusação não há grandes controvérsias porque a acusada confessou os crimes que estão sendo atribuídos a ela na denúncia", disse o promotor de Justiça Joel Pacífico de Vasconcelos.

Ele explicou ainda que em relação a outros crimes semelhantes em que Bruna foi acusada pela Polícia Civil este ano, é preciso esperar a denúncia tramitar e chegar ao Judiciário para saber se ela será ou não culpada. Segundo a polícia, a suspeita é de que ele tenha lesado ao menos 100 pessoas.

Depoimentos
Antes de Bruna, outras três pessoas foram ouvidas. A primeira delas foi o empresário Alex Sandro Pireti Marques, de 40 anos. Assim como disse ao G1 em 25 de agosto, ele informou ao juiz que adquiriu pagou R$ 3 mil a Bruna por um telefone celular e não o recebeu. O fato ocorreu em novembro de 2013.

Em seguida, foi a vez da outra suposta vítima da modelo, a estudante Luíza Almeida Borges, de 23 anos. Ela afirmou que repassou R$ 700 em dinheiro para Bruna e que não recebeu o aparelho. Ela teria que ter repassado à mulher mais R$ 1,150 no ato da entrega, o que nunca aconteceu.

Por fim, a prima de Bruna, Carolina Eugênia de Sena Correa, depôs como testemunha de defesa. "Ela é muito tranquila, carinhosa, boa mãe, nunca foi brigona. Ela não gostava de esbanjar. O marido dela tinha condições [financeiras] e nunca desconfiei de nada [que ela pudesse aplicar golpes]", afirmou.

Investigação
Para que ela pudesse receber o dinheiro das falsas vendas, ela usou contas bancárias de cerca de dez pessoas, que tinham emprestado os dados a ela.

Bruna chegou a mentir que estava com câncer para receber dinheiro do ex-namorado Ryan Balbino, que mora no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, a modelo fingiu ser o próprio pai para dar notícias sobre uma falsa operação para tratar um câncer no útero. O homem revela que depositou mais de R$ 15 mil para o falso tratamento.

A conversa foi registrada em 15 de março de 2012. Cinco dias depois da falsa cirurgia, Bruna pediu mais dinheiro. "Vou precisar comprar o remédio de [R$] 550, se puder ajudar", escreveu. Todos os diálogos do casal constam no inquérito policial que apura o caso. Ele só desconfiou e denunciou a namorada um tempo depois.

Durante a investigação, vítimas comentaram com a jovem da possibilidade de ela ser presa, mas ela desdenhava do procedimento. "Meu orixá é forte", disse em um dos trechos divulgados pela Polícia Civil.

Em outra conversa, uma suposta vítima diz: "Ainda vou te ver atrás das grades". Em tom de ironia, a modelo responde: "Sério amor? kkkkkkk. Será?". Na mesma conversa, a cliente afirma que a jovem "nem sonha como estão as investigações". Porém, a suspeita rebateu: "Aguardo ansiosamente por esse dia".

Bruna Cristine Menezes de Castro está presa em Aparecida de Goiânia (Foto: Vanessa Martins/ G1)

Fonte: G1

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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