Opinião

Saudade, torvelinho edaz que vem, me esmaga,
A dolorosa saga, abutre que eu aninho,
Lacera mais que espinho e sangra mais que adaga,
Que me tritura e traga igual voraz moinho.

 

Nos meus lençóis de linho aumenta mais que praga
No instante que se apaga a luz e me avizinho
Do fim do meu caminho – o mal que se propaga
E que jamais me afaga ou faz-me algum carinho. 

 

A mó atroz, voraz, que meu viver fratura
E deixa, enfim, tristura e vincos no meu rosto,
As marcas do desgosto e de agonia pura.

 

A dor que não se cura, eterna, por suposto,
E deixa o ser exposto à mágoa, desventura,
Às margens da loucura ou sem prazeres, gosto.

 

Edir Pina de Barros

 

Edir Pina de Barros é membro da Academia Brasileira de Sonetistas, da Academia Virtual de Poetas de Língua Portuguesa e do Fórum do Soneto. Seus poemas estão disponíveis em vários livros, antologias, revistas eletrônicas e nas mídias sociais.  É doutora e pós-doutora em Antropologia pela USP, professora aposentada (UFMT). Nasceu no Mato Grosso do Sul e hoje reside em Brasília.  

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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