Foram publicadas no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (18) as exonerações dos ministros Raul Jungmann (Defesa) e Fernando Coelho Filho (Minas e Energia). Os dois retornam temporariamente a seus mandatos na Câmara dos Deputados. A mudança pode frustrar os planos de uma ala do PSB que planejava uma manobra para conseguir indicar opositores do presidente Michel Temer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A CCJ pode votar nesta quarta o parecer sobre a denúncia contra o peemedebista. Jungmann e Bezerra voltarão para o ministério após a votação.
Com a ida temporária dos ministros para a Câmara, perderão os mandatos os suplentes Severino Ninho (PSB-PE) e Creuza Pereira (PSB-PE). Os dois assinaram um pedido de destituição de Tereza Cristina (PSB-MS), aliada de Temer, da liderança do partido na Casa.
A ideia era retirar a deputada e, com um novo líder no comando, fazer indicações à CCJ de deputados que votariam contra Temer. Porém, com a saída dos dois suplentes, não haverá assinaturas suficientes para que a destituição seja efetivada.
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que coordena a tentativa de destituição, disse que a exoneração dos ministros é uma “manobra clara” do Palácio do Planalto, que “interferiu dentro da bancada” para impedir as mudanças na CCJ.
“Se a gente conseguisse fazer essa destituição, nós iríamos alterar dois membros que, na primeira denúncia, votaram a favor do Temer”, afirmou.
“Nós vamos tentar reverter essa atitude do governo de intromissão clara dentro do partido, no desejo de blindar o senhor Michel Temer. É uma interferência, tirando ministros para que possa alterar a votação de um parecer aqui na CCJ”, enfatizou Delgado.