Com o objetivo de impedir a manipulação do arquivo por terceiros, o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que os documentos da CPI dos Correios de 2005 sejam lacrados. A ordem atende a um requerimento da Procuradoria-Geral da República decorrente do inquérito aberto para investigar a atuação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) durante a comissão para tentar maquiar dados do Banco Rural.
Logo que se tornou público o pedido de abertura de inquérito, Aécio pediu para que fosse feita uma pesquisa nos documentos, segundo ele, para recolher elementos para a sua defesa. Em nota, o Senado afirmou que, em razão do ofício enviado pelo senador tucano no dia 3 de maio, foi feito o transporte de 46 caixas da CPI da Coordenação de Comissões Especiais para a Coordenação de Arquivo. O texto informa que somente funcionários do setor tiveram acesso aos documentos e que em nenhum momento "pessoas estranhas" puderam manusear o arquivo. As informações foram prestadas após o jornal O Globo publicar uma foto da movimentação da caixa.
O pedido de abertura de inquérito contra Aécio tem como base a delação premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), que foi presidente da CPI dos Correios. Em seu depoimento, o ex-senador acusou Aécio de tentar maquiar informações do Banco Rural para esconder o mensalão mineiro durante a CPI dos Correios.
Em nota, a assessoria de imprensa de Aécio disse que o senador "considera a decisão do ministro Gilmar Mendes adequada". O texto também defende que o pedido de Aécio para ter acesso aos documentos da CPI segue "estritamente a legislação vigente".
Sobre o pedido de abertura de inquérito, Aécio afirma que as informações da delação de Delcídio em relação a sua atuação na CPI são "caluniosas". O senador tucano aponta incongruências nos depoimentos de Delcídio, como a data em os dois tiveram uma reunião para falar sobre a CPI dos Correios. Aécio também nega que tenha apresentado requerimento para aumentar o prazo para apresentação de informações pelo Banco Rural. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo