Apesar de se mostrar condescendente, Paulo Bernardo disse que o Brasil e o mundo não podem deixar de discutir o caso, especialmente levando o tema ao alcance de órgãos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU). O ministro citou uma conversa com autoridades americanas no fim do ano passado, onde elas teriam dito que um organismo multilateral abriria espaço para que governos de alguns países “bisbilhotassem” seus cidadãos. Paulo Bernardo reiterou o que já havia sido dito ontem pelo ministro Antônio Patriota, das Relações Exteriores, de que é preciso levar a discussão das regras da internet em âmbito global.
Ciente das fragilidades e vulnerabilidades dos sistemas e redes de computadores, Paulo Bernardo afirmou que informações estratégicas para o governo brasileiro não são tratadas por e-mail e que existe preocupação em relação ao vazamento de informações sobre a camada de produção do pré-sal que terá a primeira licitação em outubro. Paulo Bernardo disse ainda que o que mais preocupa o governo é a possibilidade de empresas brasileiras terem repassado informações sigilosas e a existência de uma base dos Estados Unidos de coletas de dados no Brasil. Acha difícil que as empresas brasileiras estejam envolvidas no caso, porque teria surgido rumores anteriormente. Mas, se houve participação, o inquérito da Polícia Federal vai responder.
Outros documentos apontam que escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York, teriam sido alvos da agência. Logo após a denúncia, a diplomacia brasileira cobrou explicações do governo americano. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou que o País reagiu com preocupação ao caso.
O embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon negou que o governo americano colete dados em território brasileiro e afirmou também que não houve a cooperação de empresas brasileiras com o serviço secreto americano.
Fonte: Terra
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