“Queremos insistir: não há recomendação e não há risco de transmissão global, segundo a Organização Mundial da Saúde [OMS]. Por enquanto, não há recomendação de restrição de viagens. Os casos, em sua maioria, se localizam em pequenas localidades rurais”, disse o ministro, ressaltando que os profissionais da área de saúde recebem diariamente os informes com recomendações da OMS, que acompanha não apenas o ebola, mas todas as doenças transmissíveis coletivamente.
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, disse hoje que o surto do vírus ebola está se expandindo mais rapidamente do que os esforços para controlá-lo e que, se a situação piorar, as consequências “podem ser catastróficas”, com risco de propagação para outros países. A diretora adiantou que alguns países terão que impor restrições de locomoção e para reuniões públicas, dependendo da situação epidemiológica.
Chioro explicou que a epidemia de ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné tem relação com as situações de conflito nesses países, com dificuldade das equipes chegarem aos pacientes e até com tradições culturais desses países, como os rituais fúnebres e outras crenças, como a recusa em lacrar os caixões, o que propicia o contato com secreções de cadáveres.
O ministro disse que os brasileiros que viajam para os países afetados pela epidemia devem seguir todas as recomendações das autoridades locais, mas que não há, por enquanto, nenhuma orientação para a interrupção de viagens ou voos. “É importante que tomem os cuidados que chamamos de biossegurança: não entrar em contato com secreção, com vômito”, explicou.
Ontem, a OMS anunciou a criação de um fundo de US$ 100 milhões para combater o surto do vírus ebola na Libéria, em Serra Leoa e na Guiné, que já matou 729 pessoas. Até ontem, a Guiné já havia registrado 460 casos (336 confirmados, 109 prováveis, 15 suspeitos) e 339 mortes; e a Libéria, 329 casos (100 confirmados, 128 prováveis, 101 suspeitos) e 156 mortes. A Nigéria teve somente um registro (caso de provável morte pela doença, ainda por confirmar). Em Serra Leoa, de 533 casos notificados, 473 foram confirmados, 38 considerados prováveis e 22 suspeitos. Houve 233 mortes.
Agência Brasil