"Quem cometeu crimes terá que ser responsabilizado."
Cardozo disse que a investigação não se restringirá ao crime de formação de cartel caso sejam apontados outros delitos, como improbidade administrativa, em processos de licitação da CPTM e dos metrôs de São Paulo e DF.
"Se houve cartel, o Estado é prejudicado. Se houve outros tipos de crimes, que terão de ser investigados, também. Resta saber quem vai responder por isso", disse.
Embora frise que a apuração ainda está em curso, Cardozo diz que há "fortes indícios de cartelização" nas licitações investigadas pelo Cade.
"Resta saber se será confirmado pela investigação e se há outros crimes de agentes públicos ou privados envolvidos."
Litígio Político
Cardozo acusou ainda a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) de tentar "transformar uma investigação técnica em litígio político". Um exemplo, diz, está na decisão de entrar com mandado de segurança contra o Cade, para obter documentos sob investigação, em vez de fazer uma "simples petição" à juíza responsável pelo caso.
Na sexta-feira, ao anunciar o pedido à Justiça, Alckmin criticou o governo federal dizendo ser "inadmissível um vazamento de informações debaixo do pano" e sem que o Estado tivesse acesso aos dados.
Parentesco
Outro sintoma do que chama de "nervosimo acima do normal", diz o ministro, foi apresentado pelo ex-governador Alberto Goldman (PSDB) que, ontem, acusou o presidente do Cade, Vinicius Marques de Carvalho, de agir sob motivação de um parentesco com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
"O que é mais surpreendente é que o superintendente do Cade, que é o órgão que deveria estar trabalhando com honestidade, é sobrinho do Gilberto Carvalho, ministro da Dilma, carregador de mala, carregador de pasta, desde o tempo de Santo André, do José Dirceu", acusou Goldman.
Cardozo e Cade informaram que o parentesco não existe.
Vinicius informou que foi indicado pela presidente Dilma em maio de 2012 para um mandato de quatro anos. "Anteriormente, ocupava o cargo de secretário de direito econômico do Ministério da Justiça."
Folha de São Paulo