O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta disse, nesta segunda-feira (22) que é preciso “deixar claro” quem são os responsáveis pela crise da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá. Ele afirmou que ministério está disposto a ajudar na recuperação da dívida financeira com a ressalva de que isso implica a identificação das causas e das pessoas que acumularam o caos administrativo.
“Estamos aguardando o final do estudo sobre o hospital para saber como a União vai ajudar. Me incomoda profundamente ver o hospital fechar e me incomoda muito mais ainda quando é um hospital da tradição da Santa Casa. Agora… uma parte é deixar claro a responsabilidade dos gestores que criaram a situação. A gente conseguir fazer que a sociedade entenda porque chegamos onde chegamos, vamos conseguir fazer que todos sejam atores na situação”.
Mandetta participa hoje em Cuiabá de várias agendas ligadas à saúde, incluindo o lançamento da segunda etapa da campanha nacional contra a gripe que amplia o público alvo de imunização. O ministro reforçou sua posição de que o recurso de auxílio somente será liberado após apresentação do estudo sobre a crise do hospital filantrópico e de um plano de recuperação.
“Essa coisa de me dá dinheiro aí porque eu estou aqui, não. Cadê o planejamento, quem são as pessoas, onde nós vamos chegar com o investimento do dinheiro público? Tanto a prefeitura quanto o governo estão exatamente nesta fase [de compilação de dados]. Havendo seriedade e planejamento pode ter certeza que o ministério vai aportar o recurso.”
Crise com a direção
Mais cedo, a presidente interina da Assembleia Legislativa, Janaína Riva (MDB) disse que a falta de clareza sobre a situação financeira da Santa Casa dificulta a colaboração de poderes públicos para solucionar da crise. A direção do hospital não teria liberado informações que reflitam a dívida de R$ 118 milhões.
Segundo a deputada, a dificuldade com que a retomada dos serviços do hospital seja protelada, sem projeção para reabrir as portas no curto prazo. A Santa Casa é um hospital privado com 95% de demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) com autonomia para a gestão dos serviços. Isso implica que a prefeitura ou o Estado não possuem prerrogativa de intervenção.