Por Yuri Ramires, especial para o Jornal Circuito Mato Grosso
Uma das principais vias de escoamento de grãos produzidos em Mato Grosso e outros estados, a BR-163 deverá ter mais um trecho asfaltado até o final do ano. Foi o que garantiu a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, em reunião com o setor de produção e transporte do Estado.
Na última semana, a ministra recebeu o presidente do Conselho de Administração da Fiagril, Mariano Franz; o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Jorge Bastos, e o ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot.
Conforme Franz, a ministra sempre se colocou à disposição para o diálogo com os produtores e, recentemente, foi nomeada como “madrinha da BR-163”, buscando melhorias para um dos problemas mais recorrentes no País, que é o escoamento da produção de grãos.
“A ministra garantiu que as obras de asfaltamento entre Sinop e Itaituba (PA) devem ser concluídas até o final do ano e, para nós, isso é uma grande notícia”, completou o Mariano.
A ministra deixou claro que uma das prioridades dela é o término das obras na rodovia e que, para isso, é preciso ter uma posição firme em relação às prioridades. Além disso, deixou claro que está empenhada, entendendo que a via é uma “espinha dorsal do agronegócio”.
Em junho deste ano, a ministra esteve em Lucas do Rio Verde e lembrou as necessidades da rodovia. Na oportunidade, vários produtores locais protestaram contra a situação da BR, e destacaram as possibilidades de o cenário piorar.
Foi quando Kátia afirmou que o Governo asfaltaria 120 quilômetros da via, que permanecem sem a pavimentação, até o município de Miritituba. “Mato Grosso não teve acompanhamento de infraestrutura de logística em paralelo ao seu desenvolvimento. Mas nunca é tarde para continuarmos lutando”, ressaltou.
No cenário da escoação de grãos, a previsão é de que, em 2016, já com os terminais instalados na Região Norte do País – em Santarém, no Pará – no mínimo 100 mil toneladas por dia sejam escoadas. Por isso, a preocupação dos produtores e das empresas do agronegócio em acelerar a conclusão da obra da rodovia.
O Circuito Mato Grosso, em reportagens passadas, já havia alertado sobre a precariedade da rodovia, e destacou a ação da Comissão de Logística da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e o Movimento Pró-Logística que apontaram que alguns pontos da BR-163 são bem críticos, dificultando o escoamento dos grãos para o Norte do País.
Em junho deste ano, uma comitiva da comissão e do movimento saiu de Sinop em direção ao município de Santarém, no Pará. Ao todo, foram 1.300 km de visita técnica, que tem como objetivo vistoriar as rotas de escoamento.
Conforme o parecer, desses quilômetros, 237 não são pavimentados. No trecho que diz respeito a Mato Grosso, há locais em que o pavimento não é contínuo. Os líderes da ação destacaram que a hora é de fazer pressão no Governo Federal para garantir a trafegabilidade entre Mato Grosso e Miritituba.
Há ainda a preocupação com outros sete trechos da BR que ainda não foram licitados. “A partir de Mato Grosso, os sete pontos que faltam ser licitados serão relacionados a pontes”, explicou Edeon Vaz Ferreira, diretor-executivo do Movimento Pró-Logística.
Para Frederico Azevedo, gerente de Relações Institucionais da Aprosoja, o trecho visitado é um dos mais importantes na rota de escoamento de grãos, e sua conclusão é importante para reduzir o valor do frete.
“Por isso, a pavimentação dos trechos ainda em terra e a manutenção dos trechos já concluídos são fundamentais para que os produtores mato-grossenses possam pagar fretes menores, aumentando a rentabilidade”, destacou.
Confira mais detalhes da reportagem do jornal Circuito Mato grosso