Na quinta-feira, a petroleira informou que um novo afloramento de pétróleo, ainda de causa desconhecida, foi encontrado a 3 quilômetros do primeiro acidente da empresa, no campo de Frade. Segundo a empresa, apenas 5 litros de petróleo foram derramados no mar.
"Não vamos instaurar um novo inquérito. Esse fato será acrescentado à investigação anterior, mas esse dado é desconcertante. O novo vazamento só confirmou minha convicção de que não havia um mínimo controle da exploração do poço. Este vazamento nunca foi interrompido", disse o procurador Eduardo Oliveira.
O delegado federal Fábio Scliar, responsável pelo inquérito do acidente de novembro, disse não se surpreender com um novo vazamento. "Este vazamento tem muito a ver com o de novembro. São atos correlatos. Há um descontrole na exploração daquele local pela Chevron", afirma.
O Ibama informou que provavelmente o novo vazamento é uma consequência do ocorrido em novembro. O órgão notificou a Chevron a apresentar informações detalhadas quanto às ações para diminuir o impacto ambiental.
A empresa tem até o próximo dia 20 para responder a notificação. Ao fim do prazo, Marinha, Ibama e ANP irão se reunir para avaliação conjunta.
Mas para o geólogo Doneivan Ferreira, professor da Universidade Federal da Bahia, devido à distância que separa os dois afloramentos de petróleo, pode estar havendo exsudação (migração natural do petróleo pelas rochas).
"A distância me parece muito grande para ser um reflexo do primeiro acidente, mas pode ser que a pré condição geológica do local tenha provocado isso", disse.
Já na avaliação do engenheiro Fernando Siqueira, ex-Petrobras e vice-presidente da Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), se for comprovado que o reservatório da empresa se estende até o local onde houve o novo incidente, é possível que o primeiro seja a causa do segundo.
Fonte: FOLHA.COM