O Ministério da Saúde confirmou nesta terça-feira (15) a ocorrência de 134 casos de microcefalia desde o início do ano no país – todos causados por contaminação pelo zika vírus. Outros 102 casos suspeitos foram descartados. O governo anunciou que vai distribuir repelente a gestantes como forma de evitar a contaminação.
De acordo com o ministério, ainda há 2.165 casos de malformação sob investigação. As notificações foram registradas em 549 municípios, de 19 estados e no Distrito Federal até o dia 12 de dezembro.
A pasta informou ainda que das 29 mortes que eram investigadas por decorrência de microcefalia, uma foi confirmada e duas, descartadas. O ministério investiga os outros 26 casos de mortes suspeitas de terem sido causadas pela malformação.
Dos casos descartados, o ministério não rejeita a possibilidade de que haja bebês com microcefalia no grupo. Apenas desprezou a contaminiação pelo zika vírus.
Em uma semana, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, São Paulo e Rio Grande do Sul passaram a notificar casos suspeitos de microcefalia em bebês. Pernambuco permanece o estado com maior número de casos: foram 29 confirmados e 17 descartados – nenhum desses bebês chegou a morrer.
Na semana passada, a pasta informou investigar as mortes de 19 crianças com suspeitas de microcefalia desde o início do ano até o dia 5 de dezembro em oitos estados do país e se esses possíveis casos de malformação têm relação com o zika vírus. Até então, o ministério trabalhava com 1.761 casos suspeitos de microcefalia.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.
O perímetro foi revisado pelo ministério no último dia 4. Antes, a microcefalia era apontada nos casos de circunferência craniana menor do que 33 cm.
Repelentes
O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, afirmou que a distribuição de repelentes a mulheres grávidas deve iniciar até o fim de fevereiro, quando o mosquito Aedes aegypti – vetor da dengue, chikungunya e do zika vírus – atinge pico de proliferação.
"É uma medida para que elas possam ficar mais protegidas já que não se sabe onde e em que proporção haverá sucesso na estratégia de redução de vetores", afirmou. Uma reunião com empresas produtoras de repelentes está marcada para esta quarta-feira (15) para avaliar os preços e possíveis prazos para atender à medida, ressaltou Maierovitch.
Fonte G1