Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) aprova início das atividades da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Cáceres (214 km de Cuiabá). Esta é a terceira ZPE ativa do país – as outras estão instaladas em Pecém-CE e Parnaíba-PI. Com uma área de, aproximadamente, 240 hectares, o começo das operações na ZPE se deu em função dos investimentos de R$ 16 milhões da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra) e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), na construção das estruturas administrativas, aduaneiras e de infraestrutura.
Após uma vistoria detalhada de uma equipe técnica nas instalações, no começo do mês, foi atestada a conclusão das obras em conformidade com o cronograma físico-financeiro do Conselho Nacional das ZPEs. “O presidente Lula trabalha muito para reduzir as desigualdades de todas as regiões brasileiras. Especialmente em Mato Grosso, que é um estado em franco desenvolvimento, a região sudoeste, a região de Cáceres, busca, há muitos anos, sua vocação e a ZPE é a certeza da chegada do desenvolvimento”, afirmou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Em junho, Fávaro se reuniu com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, pedindo dedicação na avaliação dos processos de instalação das empresas na ZPE de Cáceres.
Atualmente, quatro empresas aguardam a avaliação do CZPE. Os interessados podem apresentar propostas com foco em atividades industriais e de serviços direcionados à exportação. Para se instalar na ZPE, onde contam com benefícios tributários, administrativos e cambiais, as empresas precisam ter uma orientação exportadora, promover a difusão tecnológica e gerar benefícios para a região, para reduzir as desigualdades regionais no país e proporcionar desenvolvimento econômico e social para a região.
Na última terça-feira (11), Fávaro esteve na Bolívia para a assinatura de atos de cooperação no setor agrícola visando, entre outros pontos, o aumento da oferta de fertilizantes no Brasil e reforçou a importância da ZPE é das Rotas de Integração Sul-americanas para o desenvolvimento de Cáceres e da região sudoeste de Mato Grosso.
“A decisão do presidente Lula de desenvolver o projeto Rotas de Integração, com o Quadrante Rondon, aliada à interação que fizemos com a Bolívia nesta semana, a chegada ao Pacífico, a integração com Bolívia, Peru, Chile, tudo isso vai fazer da região Sudoeste de Mato Grosso um polo de desenvolvimento, geração de empregos e oportunidades”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária.
Cáceres sediou a plenária do Quadrante Rondon das Rotas de Integração Sul-Americana no último dia 21 de junho. No projeto, Mato Grosso conta com 10 obras de infraestrutura já incluídas no Novo PAC e com recurso garantido no Orçamento da União.
Principais projetos de integração sul-americana em Mato Grosso
Construção da BR-174/MT
A ampliação da BR-174 em Mato Grosso, de acordo com o governo federal, representa um investimento necessário na infraestrutura viária. A rodovia integra uma importante área produtiva do noroeste de Mato Grosso com o sul de Rondônia, contribuindo para conectar as cidades de Colniza e Vilhena (RO).
Aeroporto de Cáceres/MT
Cáceres tem cerca de 95 mil habitantes e tem acesso à capital Cuiabá pela BR-070 e ao município boliviano de San Matías. A cidade também é cortada pela BR-174, que segue para Pontes e Lacerda e Vilhena (a 540 quilômetros). Cáceres ainda conta com uma opção hidroviária, pelo Rio Paraguai, até Corumbá (MS). O aeroporto, na avaliação do governo federal, é um importante canal de acesso ao Pantanal.
BR-070/174/364/MT
O trecho, segundo o governo federal, facilita o acesso a áreas de produção em Mato Grosso e Rondônia. A obra promove melhoria da infraestrutura em uma região considerada altamente produtiva e exportadora – somente as cidades de Campo Novo do Parecis, Sapezal e Vilhena exportaram US$ 3 bilhões em 2023, sobretudo de soja, milho, algodão e carnes.
Construção de Infovia estadual MT
A obra, em execução, conecta 5 mil quilômetros de cabos de fibra óptica pelos municípios mato-grossenses de Juína, Parecis, Brasnorte, Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nobres, Pontes e Lacerda, Jauru, Barra de Bugres, Cuiabá, Campo Verde, Jaciara, Rondonópolis, Alto Garças, Barra do Garças e Cáceres. A rede chega até a fronteira com a Bolívia.
Adequação da BR-070/MT
A BR-070 é classificada pelo governo federal como um importante corredor de integração nacional, conectando Brasília com Cáceres ao longo de 1,3 mil quilômetros. A adequação é no trecho em que a rodovia contorna Cuiabá e Várzea Grande (MT), buscando facilitar o fluxo de cargas, acelerar a circulação de veículos e contribuir para aumentar a competitividade dos produtos.
Aeroporto de Cuiabá/MT
Com cerca de 619 mil habitantes, a capital de Mato Grosso é cortada pela BR-364. No Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a concessionária prevê a conclusão das obras de ampliação e modernização do terminal ainda em 2024.
BR-163/MT – Divisa MT/MS – Sinop/MT
A BR-163 é considerada pelo governo federal como fundamental para a articulação de uma das regiões agrícolas mais produtivas e exportadoras do Brasil. São 800 quilômetros entre o distrito de Ouro Branco do Sul, em Itiquira, e Sinop, seguindo para a região Norte do país.
Extensão da Malha Norte
Inaugurada em 1998, a Ferronorte tinha 500 quilômetros de comprimento, entre Santa Fé do Sul (SP), nas margens do Rio Paraná, e Alto Araguaia. Em 2012, houve uma ampliação de 260 quilômetros, levando os trilhos até Rondonópolis. O objetivo do atual projeto é adicionar 600 quilômetros na atual ferrovia para conectá-la com o epicentro do agronegócio de Mato Grosso. O novo trecho incorpora os municípios de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, além da capital.
EF-170 – Ferrogrão
O projeto prevê que a ferrovia, com quase mil quilômetros, conecte Sinop com o Porto de Miritituba, em Itaituba (PA). Seguindo um trajeto similar ao utilizado por caminhões na BR-163, a finalidade é tornar menos demorado, menos custoso e menos poluente o escoamento de grãos do Centro-Oeste pelos portos do Arco Norte. Atualmente, metade das exportações mato-grossenses de soja e milho sai do Brasil pelos terminais de Belém e Santarém (PA), São Luís e Santana (AP).
BR-163/MT/PA – Sinop/MT – Miritituba/PA
Este trecho da rodovia, segundo o governo federal, tem a função de escoar grande parte da produção de grãos do Centro-Oeste ao longo de mil quilômetros até o Porto de Miritituba, nas margens do Rio Tapajós. Em seguida, as cargas seguem por via fluvial até o Rio Amazonas e, então, para o Oceano Atlântico.