Esportes

Miniestádios há 10 anos abandonados em Cuiabá

Anderson Fernandes, morador do bairro, possui um comércio em frente ao miniestádio do Jardim Cuiabá, afirmando que, até o início do ano, era o responsável informal pela manutenção do gramado do campo, mas que desde que bomba d’água ficou danificada, não conseguiu mais realizar o serviço.
 
“Ficamos tristes porque todos usam o miniestádio, crianças e adultos. O alambrado está quase todo danificado, e as pessoas andam de moto no meio do campo para cortar caminho. Tomei como minha a responsabilidade irrigar a grama e consegui realizar o serviço até pouco tempo atrás, mas desde que a bomba quebrou, não pudemos fazer nem mais isso. À noite o espaço é tomado por usuários de drogas”, disse ele.
 
O porteiro José Vilela, outro morador da região, reclama do abandono do espaço, sobretudo para as crianças.“Esta é nossa única opção de lazer. Acabando o campo, as crianças vão fazer o quê? Onde elas poderão se divertir?”, questiona.
 
Implantados na gestão do ex-prefeito Roberto França, os miniestádios faziam parte do projeto “Bom de Bola, Bom de Escola”, que incentivava alunos da rede pública de ensino à prática de esportes, sob a condição de terem notas acima da média. França lamenta que o projeto esteja abandonado, afirmando que para conseguir os recursos para viabilizar o “Bom de Bola” teve que fazer uma “peregrinação” em Brasília.
 
“Quando assumi a prefeitura de Cuiabá, tínhamos apenas um miniestádio. Entreguei a cidade para o próximo prefeito com outros 26, e eles atendiam principalmente as regiões mais carentes, com objetivo de levar lazer às pessoas e incentivar a prática de esporte e os estudos dos jovens, por meio do projeto ‘Bom de Bola, Bom de Escola’. Se eles estão descuidados, lamento pela falta de zelo. Foi muito difícil conseguir verbas em Brasília para viabilizar esse projeto”, ponderou ele.
 
O comerciante Antônio Carlos, outro residente do Jardim Cuiabá, afirmou que a prefeitura, por meio do secretário municipal de Esporte e Cidadania, Carlos Brito, já apresentou um projeto de reforma do miniestádio do bairro – inclusive com verbas liberadas para sua execução. Contudo, o representante da pasta de Esportes não soube precisar quando começariam as obras.
 
“Recebemos a visita de engenheiros e do secretário de Esportes, Carlos Brito. Eles têm um projeto para reformar este miniestádio, afirmando inclusive que ele está vinculado à Secopa, com verbas já garantidas. Mas nenhum deles soube informar quando sairia do papel”, afirmou o comerciante.
 
 
Morador assume voluntariamente limpeza de miniestádio no Coxipó
 
 
Janete Francisca, de 60 anos, dos quais 27 deles vividos em frente ao miniestádio Geraldão, no Residencial Coxipó. Ela é casada com o funcionário da Secretaria de Serviços Urbanos Joaquim Pereira dos Santos, que há dois anos se responsabiliza pela limpeza superficial e por aparar a grama do campo.  Joaquim aguarda a reforma prometida pelo secretário Carlos Brito, que deveria ter começado neste mês de agosto, mais até o momento não tem projeto de reforma.
 
O miniestádio ainda realiza partidas todos os sábados para adolescentes das regiões próximas, entre 9 e 15 anos, e, segundo o morador, estão em um final de campeonato apesar do aspecto de abandono.
 
Rogério Paes de Souza, que há 16 anos vende lanches e bebidas todos os dias ao lado do miniestádio Geraldão, lamenta que o local esteja abandonado pelo poder público e tenha sido ‘adotado’ por depredadores e usuários de entorpecentes. Segundo ele, as depredações ocorrem geralmente no período noturno.
 
Souza, que hoje está com 57 anos, não teve oportunidade de estudar e tinha o futebol como diversão. Ele lembra o tempo em que havia água e banheiro para realização dos jogos no miniestádio. Hoje, traves, bancadas, banheiros e vestiários encontram-se destruídos pelo tempo e pela falta de utilização. 
 
“A comunidade abastecia a caixa d’água cerca de um ano atrás, mas hoje se veem com dificuldade de continuar auxiliando, numa responsabilidade dada às secretarias da prefeitura”, diz o morador, que tem ouvido falar de reformas, mas que ainda não passaram de promessas.  (Colaborou: Ediana Tanara)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Redação

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