Jurídico

Mineradora descumpre interdição e gerente é conduzido pela PF

O gerente operacional da empresa Brasil Minério Mineração Sultan Aytheé Ltda (BMM), localizada no município de Nossa Senhora do Livramento (40km de Cuiabá), foi conduzido na manhã da última sexta-feira (31) pela Polícia Federal, pelo descumprimento de termo de interdição expedido pela Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso (SRTE/MT), ligada ao Ministério do Trabalho (MTb), em dezembro de 2016.
 
O crime está previsto no artigo 330 do Código Penal, que consiste em “desobedecer a ordem legal de funcionário público”. A pena é de detenção de 15 dias a seis meses e multa. A polícia instaurou um inquérito para apurar o caso e liberou o suspeito após prestar depoimento.
 
A condução ocorreu após diligência realizada por auditores-fiscais do trabalho da SRTE/MT e por policiais federais, com o acompanhamento de servidor do Setor de Perícias do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso (MPT-MT). No ano passado, em ação conjunta do MTE com o MPT, a mineradora foi autuada por uma série de irregularidades trabalhistas.
 
A situação encontrada, considerada “grave” por expor os empregados a risco iminente de acidentes de trabalho, resultou na interdição da planta denominada “H2", incluindo suas máquinas e equipamentos, e a lavratura de 25 autos de infração.
 
Para a suspensão do embargo e interdição, a empresa deve necessariamente comprovar a adoção de todas as medidas de segurança e saúde no trabalho. Em caso de descumprimento, além da BMM, poderá sofrer as consequências penais e administrativas também quem ordenou ou permitiu o funcionamento das atividades no local antes da liberação por parte da SRTE.
 
Entre as irregularidades constatadas e que não foram corrigidas até o momento da fiscalização estão a manutenção de postos de trabalho sem condições ergonômicas adequadas, a falta de cobertura contra intempéries e o uso de dispositivos de transmissão de força sem proteção, deixando trabalhadores submetidos a risco de esmagamento e/ou aprisionamento de membros. Nesse sentido, também não foram encontrados na planta interditada dispositivos de parada de emergência nas máquinas/equipamentos.
 
Os empregados também estão sujeitos a choques, em virtude de falhas nas instalações elétricas, e a quedas, já que os guarda-corpos de todos os locais onde há risco de acidente foram considerados deficitários.
 
De acordo com o auditor-fiscal do trabalho responsável pela operação, Bruno Davantel, novas fiscalizações serão realizadas para verificar o cumprimento do termo de interdição da planta.
 
No MPT, há um inquérito civil em curso para apurar as denúncias de irregularidades.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.