O futebol é o esporte com maior número de seguidores do nosso planeta, apaixonados e fiéis aos clubes de coração. Aqui no Brasil, no entanto, a maioria dos aficionados possuem pelo menos duas equipes para torcer. Uma aqui no Brasil e outra na Europa. É o caso dos meus netos que torcem pelo Corínthians e amam clubes do velho continente. O Real Madrid tem a preferência, claro.
No princípio do ano, estando em Madrid, depois de visitar vários monumentos turísticos, resolvi fazer um tour pelo Santiago Bernabéu, pois ninguém é de ferro. Fotos com ídolos de diversas épocas, muitos já não estão entre nós, fotos com as “Orelhudas” tão exaltadas pela torcida e com um custo baixo para torcedores: 18 euros cada click. Enfim, reconheço que o Real é o maior clube do mundo desde que o grande Santos deixou de ser. Mas isso é uma outra história.
Voltando ao Brasil, no reencontro com os meninos, tive que reprisar todo o tour, passo a passo, e minha foto com a 14ª taça da Liga dos Campeões da Europa fez o maior sucesso. Queriam saber dos jogadores, do estádio, e ficaram surpresos quando afirmei que um dos maiores jogadores do Madrid é brasileiro, está vivo e que jogou nos idos de 1960. Evaristo de Macedo, craque do Real e do Barcelona, tem sua foto estampada na galeria dos imortais da equipe Merengue. Depois dessa conversa tive a certeza de que os clubes brasileiros não despertam mais o interesse dos meus netos e da grande maioria de torcedores. Eles ficam felizes com títulos, mas percebem uma distância imensa quando se compara a um clube europeu.
Eu acompanho futebol há muitos anos e sei que a palavra mágica é investimento, mas não só o financeiro. Investir nas categorias de base aproveitando o talento de cada garoto e não apenas de quem tem altura e força. Nunca mais tivemos um camisa 10 de respeito desde Alex, no Palmeiras e Cruzeiro. Temos dois jogadores pelo lado, Vinny Jr. e Rodrigo e não temos um Modric, por exemplo, para municiar esses atletas. Bom, cada um tem sua opinião e devemos respeitar todas elas. Meus netos corinthianos nunca poderão ver o que eu vi. Nos nossos encontros sempre falo das nossas grandes equipes, dos jogadores fantásticos que tivemos e sinto que eles, como não possuem referências, apenas ouvem o avô, mas não conseguem imaginar o que eu já vivi. Ah! Mas eu vivi!