Opinião

“MEUS HERÓIS NÃO VIRARAM ESTÁTUAS”

Julho! Férias à vista! Bom momento para o trio TV, pipoca e guaraná, num final de tarde, em casa, com gente reunida na sala. A dica é o filme de animação “Uma história de amor e fúria”, do roteirista Luiz Bolognesi. Foi vencedor de inúmeros prêmios internacionais como Annecy Animated International Film Festival, Lu Nuit Magiques e Strasbourg European Fantastic Film Festival (França), BraPeq Brasil Film Fest (China), Latin Beat Festival (Japão), Expotoons (Argentina), Reanimania (Armênia), dentre outros.

O filme de animação retrata o amor entre um herói imortal, na voz de Selton Mello, que vive várias vidas – guerreiro Tupinambá, líder negro da revolta dos balaios, estudante que enfrenta a ditatura militar e guerreiro que combate o monopólio da água potável. Seu grande amor, Janaína, na voz de Camila Pitanga, é a mulher por quem é apaixonado há 600 anos. Rodrigo Santoro empresta sua voz para interpretar dois personagens em tempos diferentes: um líder indígena e um guerreiro.

A trama, baseada no livro “Meus heróis não viraram estátuas”, de Luiz Bolognesi e Pedro Puntoni, perpassa por quatro fatos da história do Brasil: colonização, escravidão, regime militar e o futuro, em 2096. Este último, ficção (será?) trata da guerra pela água. Livro e filme deixam aos expectadores uma grande vontade de conhecer mais sobre o passado brasileiro e suas lutas, presentes há muitos anos, a demonstrar a vontade e persistência de tantas pessoas que ainda permanecem no anonimato e que tentaram mudar o destino do País. 

Índios e negros tomam seus lugares no filme. Lugares que derrubam verdades absolutas, mas que continuam a povoar o imaginário de grande parte da população brasileira e, assim, contribuindo para enraizar o preconceito e a discriminação. Ainda que de ficção, o filme deixa aos expectadores a percepção da importância do conhecimento da história para compreender o presente e a vontade de transformação o tempo presente para um futuro promissor, mais humanizado. Assistam!

Anna Maria Ribeiro Costa

About Author

Anna é doutora em História, etnógrafa e filatelista e semanalmente escreve a coluna Terra Brasilis no Circuito Mato Grosso.

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