Nas últimas semanas, o novo documentário da Netflix, Meu Querido Bobby: Era Tudo uma Farsa, tem conquistado as redes sociais devido à sua história peculiar. A trama narra a experiência da radialista Kirat Assi, que foi vítima de um golpe de catfishing por quase uma década, acreditando viver um relacionamento à distância com um homem chamado Bobby, com quem nunca conversou por telefone e nunca se encontrou pessoalmente.
Qual é a história de Meu Querido Bobby?/b>
Em 2009, Kirat estava em um relacionamento conturbado com seu ex. Enquanto sua carreira na rádio prosperava, sua vida amorosa estava em frangalhos. Foi então que ela recebeu um convite no Facebook para se conectar com Bobby Jandu, um cardiologista que supostamente morava em Nova York. Ao longo de nove anos de conversas online, eles desenvolveram uma amizade que rapidamente se transformou em um romance virtual.
Apesar das tentativas insistentes de Kirat para conhecer o amado, Bobby sempre apresentava desculpas: alegava estar sob um programa de proteção de testemunhas ou hospitalizado após ser baleado diversas vezes. Kirat nutria suspeitas sobre a veracidade das histórias, mas, com amigos e familiares de Bobby corroborando suas narrativas mirabolantes nas redes sociais, ela acreditava estar exagerando.
Quem é Bobby?
A partir deste ponto, atenção: spoilers sobre o enredo.
Em 2018, após anos vivendo um relacionamento abusivo no mundo virtual, Kirat decidiu contratar um detetive particular para descobrir a verdade sobre Bobby. A comunicadora obteve um endereço e, ao visitá-lo, descobriu que Bobby realmente existia, mas não tinha ideia de quem ela era.
A grande revelação veio quando Kirat descobriu que por trás do perfil estava sua prima, Simran Bhogal, que havia criado mais de 60 perfis falsos para sustentar a farsa e manipular Kirat. Chocada com a situação, a radialista buscou a Justiça britânica para ver se algo poderia ser feito.
No entanto, no Reino Unido, o catfishing – a criação de uma identidade falsa para enganar alguém em um relacionamento online – não é considerado crime. Apesar da gravidade da manipulação emocional, Simran nunca foi responsabilizada legalmente. Em 2020, Kirat levou o caso aos tribunais civis, resultando em um acordo que incluía um pedido de desculpas formal e o pagamento de uma indenização. Contudo, o impacto emocional e psicológico do golpe continua a ser uma ferida aberta para Kirat.