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Por SuperEsportes
A seleção principal da Argentina não conquista um título desde a Copa América de 1993. Há vários motivos para o jejum. Um deles é a falta de estabilidade dos técnicos. Não vamos tão longe. Lionel Messi estreou em 17 de agosto de 2005 com a camisa dos bicampeões mundiais. Entrou em campo na vitória por 2 x 1 sobre a Hungria, em Budapeste. Desde então, o jogador eleito cinco vezes melhor do mundo teve oito treinadores diferentes em 12 anos a serviço da esquadra de seu país. Sabe quantos técnicos comandaram a Pulga no Barcelona neste mesmo período? Anota aí, dá para contar nos dedos de uma mão: Frank Rijkaard, Pep Guardiola, Tito Vilanova, Gerado Martino e Luis Enrique. O sexto será Ernesto Valverde, apresentado neste mês como novo líder do clube catalão para a temporada de 2017/2018.
No amistoso desta sexta-feira contra o Brasil, às 7h05 (de Brasília), no Melbourne Cricket Ground, na Austrália, Messi defenderá a Argentina sob o comando do oitavo treinador diferente: Jorge Sampaoli. A história dos 57 gols de Messi em 116 partidas representando o país começou com José Pekerman, pivô de um dos maiores traumas do craque. Na Copa de 2006, o então comandante argentino insistiu em deixar Messi no banco de reservas. Principalmente na partida mais relevante — as quartas de final diante da Alemanha. Os anfitriões avançaram às semifinais na decisão por pênaltis e a Argentina voltou mais cedo para casa. Messi nem sequer entrou em campo.
Jose Pekerman deixou o cargo. Alfio “Coco” Basile assumiu. Sob nova direção, Messi passou a ser titular. Praticamente intocável. Em 2007, a Argentina perdeu o título da Copa América para o Brasil, na Venezuela. A Seleção Brasileira comandada por Dunga goleou Messi e companhia por 3 x 0 na finalíssima. E o que fez a AFA? O óbvio! Decidiu mudar tudo novamente.
Maior ídolo da história do país, Diego Armando Maradona assumiu a missão de classificar a Argentina para a Copa de 2010. Conseguiu a trancos e barrancos. No Mundial da África do Sul, novo fracasso. Com Messi no papel de protagonista, uma desorganizada Argentina deu adeus nas quartas de final. Humilhada pela Alemanha por 4 x 0.
Aí, a AFA “inovou”. Trocou novamente de técnico. Sergio Batista, que levara a Argentina ao bicampeonato olímpicos nos Jogos de Pequim-2008, assumiu a responsabilidade de liderar Messi em casa, na Copa América de 2011. Mais um vexame. O país caiu nas quartas de final diante do arquirrival Uruguai. Lembram? Na decisão por pênaltis, Carlitos Tévez falhou.
Veio a era Alejandro Sabella. O sonho do tricampeonato mundial ficou pertinho na Copa do Mundo de 2014. A Argentina foi avançando, voltou a disputar uma final depois de 24 anos, mas perdeu para a Alemanha por 1 x 0, no Maracanã. A senha para uma nova troca de técnico.
A bola da vez passou a ser Gerardo “Tata” Martino, o homem que havia comandado Messi no Barcelona. O novo treinador levou a Argentina a duas finais consecutivas da Copa América. Em 2015, perdeu o título nos pênaltis para o Chile, em Santiago. No ano passado também. Messi virou vilão ao errar sua cobrança. Anunciou até aposentadoria da seleção. Mas foi convencido por Edgardo Bauza — sucessor de Gerardo Martino — a rever a decisão precipitada.
Edgardo Bauza trocou o São Paulo pela Argentina. Topou o desafio de classificar Messi para a Copa do Mundo. Em vez de melhorar, a seleção piorou. Campeão da Copa América pelo Chile em 2015, ao vencer o próprio país na decisão, Jorge Sampaoli é o oitavo técnico diferente da Argentina na era Messi. Parece que não, mas é um absurdo em comparação com o clube que ele defende. Placar final: Argentina 8 x 6 Barcelona em números de técnicos na era Messi.
Argentina: 8 técnicos na era Messi
2005-2006: José Pekerman
2006-2008: Alfio Basile
2008-2010: Diego Armando Maradona
2010-2011: Sergio Batista
2011-2014: Alejandro Sabella
2014-2016: Gerardo “Tata” Martino
2016-2017: Edgardo Bauza
2017-????: Jorge Sampaoli
Barcelona: 6 técnicos na era Messi
2005-2008: Frank Rijkaard
2008-2012: Pep Guardiola
2012-2013: Tito Vilanova
2013-2014: Gerardo “Tata” Martino
2014-2017: Luis Enrique
2017-????: Ernesto Valverde