Em entrevista coletiva concedida na tarde desta quinta-feira (30), o presidente da Comissão, vereador Toninho de Souza (PSD), afirmou que o vídeo em que João Emanuel aparece supostamente negociando vantagens em uma licitação da Casa é o principal objeto de acusação.
“O vídeo apareceu em vários noticiários, foi exposto para toda a imprensa, com isso ele tornou-se público, é um material verídico e que será utilizado em nossa investigação”, declarou o social democrata.
O relator da Comissão, vereador Ricardo Saad (PSDB), por sua vez, admitiu dúvidas quanto ao uso do vídeo como prova nas investigações. Ele alegou ter consultado advogados próximos, que disseram que o vídeo poderia ser invalidado pela defesa. “O desembargador diz que não é para considerar o vídeo, que não tem mais validade na Justiça. Eu acho que aqui dentro também não vai mais valer”.
Toninho de Souza, no entanto, alegou que “a Câmara tem poder autônomo, está realizando uma investigação interna e uma investigação não suprime outra”. Ainda assim, ele pontuou que a Comissão tomará os cuidados para não ser notificada pela justiça em decorrência do andamento das investigações.
Na ocasião, a Comissão ainda alegou que irá realizar as oitivas pertinentes a investigação e caso fique provado que houve quebra de decoro por parte do ex-presidente, ele será notificado para apresentar sua defesa.
Suspensão
A investigação do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) que resultou na deflagração da operação “Aprendiz” foi desqualificada em decisão liminar proferida pelo desembargador Juvenal Pereira da Silva, que acatou liminar impetrada em favor de Amarildo dos Santos, e que também beneficia o vereador João Emanuel.
Em sua decisão, o desembargador pontuou que “que as investigações foram iniciadas e mantidas apenas por Promotores de Justiça, como se o Gaeco pudesse ser composto apenas por eles”.
Segundo o magistrado, não houve no procedimento, participação da Polícia Civil, o que gerou um vício de composição.