De acordo com o regimento da Câmara, os deputados em exercício podem se se associar ao plano de saúde dos funcionários, o Pró-Saúde, que tem cobertura familiar. A contribuição mensal é de R$ 249 por mês, mais 25% do valor da despesa médica.
Ex-deputados continuam tendo direito tanto ao atendimento gratuito no Demed (Departamento Médico) da Casa e, se já for optante e contribuinte do plano, pode manter o benefício — para continuar tendo acessos aos melhores hospitais. A diferença é que a contribuição passa para R$ 868 mensais.
Um trabalhador comum, que quiser ter um plano de saúde tão bom quanto o dos deputados, precisa desembolsar pelo menos o dobro desse valor todos os meses.
A reportagem R7 fez um levantamento em três operadoras que estão no ranking das dez melhores da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). Um plano empresarial para um homem de 60 anos, que é a média de idade dos deputados condenados, com cobertura no Sírio-Libanês e no Albert Einstein, assim como o convênio dos parlamentares, não sai por menos de R$ 1.700 por mês.
Os planos com cobertura semelhante ao dos deputados são sempre os mais caros. Dependendo da operadora, a mensalidade pode chegar a R$ 2.879.
No entanto, parlamentares condenados por crimes como corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro conseguem atendimento hospitalar de luxo pagando 48% menos, se forem cassados.
Se não perderem o mandato, o “desconto” é ainda maior. Caso permaneçam deputados, a mensalidade do plano da Câmara é 85% mais barata que no mercado.
Plano vitalício
Os deputados têm três opções quando precisam de algum serviço hospitalar: podem realizar consulta no Departamento Médico da Câmara; procurar um especialista particular e pedir o ressarcimento pela consulta; ou pagar o Pró-Saúde.
No caso do Demed, o caráter é vitalício. Ex-deputados, mesmo que tenham sido cassados, e suplentes, independentemente do tempo que tenham exercido o mandato, podem ser atendidos gratuitamente pelo departamento médico da Câmara para o resto da vida, assim como os cônjuges e os filhos.
Se o Departamento Médico não oferecer a especialidade que o parlamentar precisa, ele pode procurar um profissional de sua preferência, no Brasil ou no exterior, e depois apresentar o recibo médico para ser ressarcido. Mas, nesse caso, o benefício é somente para o parlamentar — não abrange familiares — e o reembolso não é total.
Em 2012, a despesa para ressarcir deputados que usaram atendimento médico particular foi de R$ 1,4 milhão.
R7