Cidades

Mercado do Porto oferece comida regional em qualquer horário

 Fotos Ahmad Jarrah

Quando se fala em Mercado do Porto, logo se pensa nas frutas suculentas, queijos, doces, farinhas diversas e nas gordas postas de peixe vendidas no local. O Mercado Varejista 'Antônio Moisés Nadaf', nome oficial do local, em Cuiabá vai muito além das compras. Ele funciona como ponto de alimentação diário de muitos cuiabanos.

Cheio de cores e aromas, o mercado enche os olhos de turistas e moradores da Capital. Saindo da parte principal e indo para os fundos, o consumidor encontra a praça de alimentação do Mercado.

São diversas barracas vendendo tudo que quem vai à feira espera encontrar. Desde o pastel com caldo-de-cana (garapa) ao bolo de queijo, à mojica de pintado, sarapatel e buchada de bode.  Há ainda os infinitos sabores de caldos quentes.
 
Mesmo no calor senegalês que faz em Cuiabá, a feirante Valeska Aparecida, 31 anos, afirma que o “Cantinho da Leska” vende salgados, porções, pastéis, mas o prato mais pedido é o caldo. 

“No começo trabalhávamos só com caldo de Mocotó. Mas, devido à boa aceitação do público fomos inserindo no cardápio outros sabores.  Hoje, temos diversos sabores de caldo e pratos quentes. Mocotó, dobradinha, sarapatel, escaldado de frango, piranha e buchada de bode”, conta a feirante.

Ela trabalha na barraca ao lado do pai, um dos feirantes mais tradicionais do local, o senhor Antônio Joaquim. Há 19 anos na feira, o “Restaurante Santo Antônio” serve almoço para quem passa por ali a preço justo e comida saborosa. “O restaurante do meu pai serve filé, bisteca suína, frango e peixes na chapa”.

A praça de alimentação começa a funcionar às 4h da manhã nos fins de semana e feriado e às 5h nos dias de semana. Isso atrai tanto trabalhadores quanto jovens que estão voltando da balada e, ao invés de comer o tradicional baguncinha, vão ao local para comer as delícias da feira.

O colunista social, Valdomiro Arruda, tornou as visitas dominicais ao mercado algo de sua rotina. “Já é tradição. Há cinco anos, todo domingo, eu tomo meu café da manhã na Barraca do Seu Salvador. Como coxinha de carne seca com caldo de cana”, diz o colunista. 

Ele ainda revela que já levou amigos conhecidos da sociedade cuiabana para conhecer o local, como a deputada Janaina Riva (sem partido) e vereador Maurélio Ribeiro (PSDB). 

Não há idade para público. De idosos a crianças de colo, o local é um espaço democrático e repleto de diversidades.

O auxiliar de cozinha Lucas Henrique da Silva, 19 anos, diz que nos fins de semana a feira tem mais movimentação. “O pessoal sai da balada e vem comer aqui às 5h ou 6h da manhã. E mais para o meio da manhã, lá pelas 9h, vem um público mais família, com crianças”, revela. A lanchonete “Nágila Lanches”, onde Lucas trabalha, tem como especialidade pastéis, tapiocas, salgados e caldo-de-cana.

Em tempos de vida saudável, se contar ninguém acredita. Muitos dos cuiabanos que frequentam a praça de alimentação da feira comem o “quebra-torto”. Tradicional do homem panteneiro, o quebra-torto é a primeira refeição do dia, servida ainda na madrugada, com algo nutritivo e pesado. 

Outro clássico do Porto, o “Rei do Mocotó”, está há aproximadamente 25 anos no Mercado. Inaugurado pelos pais de Simone e Sival Capestana, hoje, quem cuida do empreendimento são os irmãos. O atendente, Thiago Rodrigues, que trabalha lá há dois, conta que de tão tradicional não tem nem cardápio.

 As pessoas chegam, recebem uma comanda a qual vai sendo preenchida conforme o pedido. “Nós vendemos muitos pratos e caldo. O prato do caldo custa R$ 15 e a cumbuca custa R$9. Não precisa ter cardápio porque são clientes antigos e sabem o preço”, revela.

MERCADO

O Mercado do Porto foi fundado há 117 anos. São aproximadamente 800 feirantes dentro do espaço, que chegam a receber em um fim de semana cerca de 5 mil pessoas.

SERVIÇO 

O Mercado do Porto fica na Avenida Beira Rio, Bairro Porto, próximo à orla. O local funciona diariamente das 5h às 20h. Nos domingos e feriados o mercado fecha às 12h, mas algumas lojas na praça de alimentação funcionam até às 17h.

Confira reportagem na edição 571 do jornal Circuito Mato Grosso.

Cintia Borges

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