Se o amor é o sentimento que nos permite por alguns instantes nos assemelharmos a Deus, a mentira é a ação que nos permite por alguns ou longos instantes nos parecermos com o oposto de Deus. O homem aprende desde cedo a prática da mentira por conveniência e essa o acompanha ou não para o resto da vida, a depender dos aspectos sociais, familiares, morais e espirituais em que está enquadrado. Parece algo fútil e normal, é apenas uma verdade oculta, mas de tão banal que é a mentira, tem a capacidade de aniquilar qualquer ação verdadeira e sincera. É como o homem que engana os seus a vida toda e quando decide não enganar mais continua ainda a ser objeto de dúvida. As tradições religiosas nos apresentam com frequência a figura suprema como sendo o Pai da Verdade, o próprio Cristo fez questão de afirmar “… eu sou o caminho, a verdade e a vida…”. De fato, pois de deuses mentirosos e falsos nossa história está repleta.
Vivemos o século da mentira, a política nos oferece diariamente, em prato de prata e ouro, exemplos e modelos cabais daquilo que a mentira é capaz de fazer. Ações simples de desvios monetários acabam destruindo não apenas a própria visão política de nossa gente como também a vida de milhões de cidadãos cujos benefícios possíveis com valores desviados nunca lhes serão ofertados. Nesse aspecto, a mentira até poderia ser enquadrada no grupo dos Erros Capitais (ou pecados capitais) à medida que sua presença permite o nascimento de milhares de outros erros, mas para nossa reflexão ela se encontra no grupo dos Erros Graves, aqueles que justificam a acusação espiritual, sim, mesmo no Astral o processo de julgamento obedece a princípios parecidos com os nossos, na verdade os nossos procedimentos é que se assemelham aos deles.
A justiça tarda, mas não falha, é um ditado que cabe perfeitamente bem na visão de justiça espiritual, pois nesse aspecto a justiça não é simplesmente o ato de prender ou condenar alguém, é, principalmente, o ato de modificar a pessoa fazendo-a compreender e desejar a regularização de seus débitos contratados em sua caminhada, assim, vivo ou morto, uma hora essa regularização é cobrada e executada pelos Executores da Lei Cármica e, quando isso é chegado, nossa Defensoria e Advogados não se enquadram na defesa.
A visão espiritual de execução da justiça é tão complexo que possui até mesmo a divisão de Tribunais Espirituais, mas sobre isso falamos na semana que vem. Enquanto isso, nos permitamos acompanhar o serviço dos Tribunais da Terra, uma cópia não perfeita mas necessária para limitar a ação da mentira de nossa gente.
Kaô!
