A situação da educação em Mato Grosso piora inversamente à graduação. Dados do Índice de Desenvolvimento do Ensino Básico (Ideb) divulgados no início desta semana apontam que o ensino fundamental melhorou nos últimos dez anos, mas o médio está travado em condições muito ruins.
A situação se repete em avaliações das matérias de português e matemática. Quanto mais alto o grau de ensino, mais pífio é resultado de aprendizagem dos estudantes. Números disponibilizados nesta sexta-feira (9) na QEdu, plataforma online de compilação de levantamentos do Ministério da Educação (MEC) mostram que, no geral, os alunos em Mato Grosso vão mal em disciplinas de competência de leitura e interpretação de textos, com aprovação abaixo de 40% do total de crianças e adolescentes em escolas municipais e estaduais.
O melhor resultado é de alunos no 5º ano, a última série do ensino fundamental I. Dos 42.350 matriculados até no ano passado, ano de referência da pesquisa, 15.932 (38%) demonstraram o aprendizado adequado. Mas na avaliação dos mesmos quesitos dentre alunos do 9º, já no encerramento do ensino fundamental II, a proporção cai para 19%. Somente 9.243 dos 48.280 nessa série demonstraram o aprendizado adequado no domínio de raciocínio sobre a literatura.
Os dados foram extraídos de aplicação da Prova Brasil em Mato Grosso e foram confrontados com uma escala de localizar informação em textos simples e curtos– por exemplo: personagem principal, local e tempo da narrativa; e identificação do efeito de sentido decorrente da utilização de recursos gráficos (letras maiúsculas chamando a atenção em um cartaz).
A avaliação foi pior nos textos de cálculos. A variação mais alta continua dentre os alunos que estando terminando o ensino fundamental I. Eles tiveram uma proporção de 32% com aprendizado adequado. 13.389 dos 42.350 demonstraram competência em operações matemáticas de 1º grau (adição, subtração, divisão e multiplicação).
Dentre os alunos do 9º ano apenas 8% conseguiram dominar as operações. Eles representaram a pequena parcela de 3.841 num universo de 48.280 avaliados.
Se identificadas por meio de esferas de governo responsáveis, as escolas municipais aparecem com resultado agravado. Para 5º ano no ensino de português, 40% dos alunos apresentam aprendizado adequado da disciplina, e 24% para 9º ano. Nas escolas estaduais as proporções foram de 35% e 18% respectivamente
