Nacional

Menina fica 5 km pendurada em ônibus pelo braço

A atendente Jéssica Florêncio, mãe da menina de 6 anos que ficou pendurada do lado de fora de um ônibus do BRT durante dez minutos e cinco quilômetros na noite desta quinta-feira (9), disse que achou justa a demissão do motorista. Cláudio Hamilton admitiu que o braço da menina ficou preso à porta e foi demitido por justa causa.

"Eu achei uma coisa justa, porque ele poderia ter tirado a vida da minha filha", disse Jéssica ao G1, ainda incerta sobre um possível processo. "Ainda estou muito nervosa com tudo o que aconteceu. Vai depender do advogado."

O motorista foi demitido por justa causa na manhã desta sexta-feira (10), segundo o consórcio responsável pelo transporte. Claudio Hamilton Silva Montezuma, de 48 anos, esteve na delegacia essa tarde.Ele disse que olhou pelo espelho retrovisor e não viu ninguém pendurado do lado de fora e que na hora, havia um grupo de passageiros fazendo bagunça no ônibus, pedindo que ele parasse fora do ponto. Ele responderá por lesão corporal culposa e a pena é de até três anos de prisão.

Imagens das câmeras de segurança do veículo vão ser entregues à Polícia Civil. 
“Eu gritei pra ele abrir a porta porque a minha sobrinha estava do lado de fora e ele disse: ‘Só posso abrir na próxima estação’. A gente gritando muito, aí os passageiros gritando muito também”, disse Michele, tia da criança. Ela e outros dois adultos estavam levando cinco crianças ao cinema, como mostrou o Bom Dia Rio.

A menina foi levada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML), na tarde desta sexta.

Jéssica diz que a menina, chamada Jheniffer, estava de mãos dadas com a avó quando ocorreu o incidente. “Minha mãe estava de mãos dadas com a minha filha e o meu sobrinho. Quando eles foram desembarcar, ela segurou a mão da Jheniffer para ela pular o vão entre o BRT e a plataforma, e o motorista fechou a porta. Todo mundo começou a gritar para o motorista abrir, mas ele disse que só podia abrir a porta de novo na outra estação e arrancou”, afirmou.

Segundo Jéssica, a mãe dela viveu momentos de desespero. “Ela ficou segurando a mão da minha filha dentro do BRT. Foi o que manteve a Jheniffer presa, senão ela tinha caído. O motorista arrastou a minha filha até a estação do Fundão”, disse.

Apesar de a menina não ter sofrido nenhum ferimento aparente, a mãe afirma que ela sente muitas dores e que ficou apavorada. “Ela está muito nervosa. Minha mãe contou que ela gritava o tempo todo que iria morrer. O braço dela ficou vermelho e inchado e ela reclama de muitas dores”, disse Jéssica.

Fuga
Assim que o ônibus da viação Santa Maria chegou ao terminal, o motorista freou bruscamente – machucando alguns passageiros – abriu a porta, pegou a mochila e fugiu, abandonando o coletivo.

“Os passageiros estavam revoltados e ele saiu correndo e entrou num ônibus, deixando minha filha sem socorro. Na estação, um fiscal do BRT só perguntou o que aconteceu, mas não fez nada para ajudar”, afirma a mãe da menina.

Mesmo com o depoimento de testemunhas que confirmaram a versão da família, o caso foi registrado na 21ª DP (Bonsucesso) como lesão corporal culposa – ou seja, sem intenção. O motorista, identificado como Cláudio Hamilton, se apresentou no fim da noite de quinta na delegacia de São João de Meriti e foi liberado.

Fonte: G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus