A Justiça Federal de Cuiabá acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e bloqueou R$ 300 mil das contas do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM) e da juíza do Trabalho aposentada Carla Reita Faria Leal. Eles são acusados de terem fraudado um leilão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MT), em 2009.
Conforme os autos, Mendes adquiriu um apartamento no Edifício Ville Dijon, no bairro Popular, em 2009, por meio de leilão do TRT-MT, avaliado em R$ 300 mil. No entanto, em 2011, ele repassou o imóvel para a juíza.
De acordo com a defesa, o imóvel teria sido usado como pagamento de um empréstimo feito por Mendes, coincidentemente, em 2009, no valor de R$ 300 mil, o que, para o MPF, foi uma simulação para mascarar a transação futura.
A investigação sobre a transição começou em 2013 e investiga o ato de improbidade administrativa e enriquecimento ilícito. O argumento é de que, por ter atuado justamente em processo contra o antigo proprietário do apartamento, e em outro de execução trabalhista no qual resultou a penhora do imóvel, ela não poderia tê-lo adquirido.
Por improbidade administrativa, a juíza foi aposentada compulsoriamente pelo Pleno do TRT em 2015.
Ainda em razão dos autos, o juiz da 8ª Vara Federal de Cuiabá, Raphael Cazelli, determinou o bloqueio do valor das contas dos envolvidos.
Na ação, o MPF pede que ambos tenham os direitos políticos suspensos por cinco anos e percam a função pública. O mérito ainda não foi julgado.