Foto Ahmad Jarrah
Com Cintia Mendes e Felipe Leonel
O prefeito Mauro Mendes (PSB) disse que Mato Grosso precisa evitar “estado de paralisia” em decorrência de investigações que ligam gestores do governo Pedro Taques (PSDB) a crimes de corrupção, conforme investigações da Operação Rêmora. Mendes ainda afirmou que Mato Grosso vive uma situação semelhante à do País na qual figuras políticas do primeiro escalão estão sendo implicadas em desdobramentos da Operação Lava Jato.
“Eu entendo que é preciso investigar os casos, mas Mato Grosso não pode ficar paralisado por causas das investigações. Eu acredito no governador Pedro Taques, e já pedi uma audiência para falar com ele sobre o que está acontecendo. Mas, não podemos entrar em estado de paralisia. Devemos matar o câncer com a dose certa do remédio; se for a mais, matamos o câncer e o paciente”, destaca.
O empresário Giovani Guizardi, investigado pela Operação Rêmora, afirmou em acordo de delação premiada que o esquema de corrupção entranhado na Secretaria Estadual de Educação (Seduc) teve origem para pagar dívidas de campanha de 2014 do governador Pedro Taques. Segundo ele, outro empresário integrante do esquema, Alan Malouf, empresário próximo a Taques preso nesta quarta-feira (14), contou que repassou R$ 10 milhões para a campanha de Taques. Guizardi também declarou ter doado R$ 300 mil para a campanha “para não ter dificuldades nas atividades junto ao governo”.
“Essa prática é comum entre os empresários. Cheguei a doar R$ 1 milhão na campanha de Silval Barbosa. Não sei informar se esse valor de R$ 300 mil foi declarado”, afirma Guizardi em um de seus depoimentos.
A Operação Rêmora foi deflagrada em maio deste ano quando a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, expediu 39 mandados judiciais – quatro de prisão preventiva, 22 de busca e apreensão e treze de condução coercitiva. Os mandados foram cumpridos em Cuiabá, em Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis e Juína. A operação teve origem na investigação do Ministério Público Estadual sobre fraudes em licitações e contratos de construção e reforma de escolas.
As irregularidades nas licitações teriam ocorrido em outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões.