O governador Mauro Mendes ressaltou a crise econômica do Estado em seu discurso de posse nesta terça-feira (1º). Ele afirmou que Mato Grosso enfrenta hoje escassez de recursos, apesar de ter conseguido triplicar o PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos dez anos. Mendes concentrou sua crítica pelo cenário à gestão de Pedro Taques (PSDB), sem citar o nome de seu antecessor. O governador ainda falou em “medidas corretas” para sanar as dívidas.
Mendes relembrou a tentativa de disputar o governo, nas eleições de 2010, com Otaviano Pivetta (PDT), na vice, e em seguida o apoio dado a Taques eleições de 2014, considerou de frustração a administração do tucano.
“Há quatro anos nós, Otaviano Pivetta, apoiamos uma candidatura ao governo e hoje nós sabemos que a coisa não saiu como esperávamos. Mato Grosso está com atraso a quase 100% dos fornecedores, com o salário atraso e repasse constitucional aos municípios atrasos”.
“Não pode um Estado triplicar o seu PIB, o conjunto de todas as riquezas produzidas no Estado – Mato Grosso em pouco mais de dez anos triplicou esse PIB… O desafio é fazer com que essa riqueza que o Estado produz possa traduzida em serviços públicos de qualidade”.
Há pouco mais de 15 dias, Mauro Mendes anunciou déficit de R$ 1,5 bilhão para o Orçamento deste ano de Mato Grosso. Segundo ele, a quantia permanecerá mesmo que entrem no caixa, nos próximos 12 meses, todas as receitas previstas. O ano de 2018 fechou com déficit na casa de 1,8 bilhão.
Ao falar sobre planos para tentar sanar os cofres públicos, Mauro Mendes evitou usar a expressão “medidas duras” e falou em “medidas corretas”, que , segundo ele, deverão ser tomadas mesmo com “amplo debate”.
“Eu não concordo com corte, o certo é medidas corretas, para corrigir o problema de caixa do Estado. Nós teremos que fazer debates profundos para discutir questões fiscais, mas medidas corretas terão que ser tomadas. Se não fizermos o que for necessário para recuperar o Estado, estaremos condenando as próximas gerações”.
‘Papel de cidadão’
Mauro Mendes disse ainda que sua administração dependerá do apoio de outros Poderes para implantar medidas. Ele afirmou que o Judiciário, o Legislativo, e o eleitor deverão assumir o papel na democracia para acompanhar assuntos públicos.
“Quando atores tão importantes desse cenário, como o Ministério Público, o Judiciário, o Poder Legislativo, chamar pra si a responsabilidade de cidadãos, de compreender que se nós não fizermos aquilo que precisa ser feito, estaremos condenando este País, este Estado. O Brasil, Mato Grosso não suportaram tantos desacertos como nós vivemos na história recente”.