Em uma paisagem
de frescas veredas, um rio de águas
fundas, ora rasas, transparentes, fluía incessante.
Belas praias
de areias cristalinas
frequentadas por crianças, jovens e adultos.
Todos quantos o conheciam,
encantavam-se. Em suas margens,
frondosas árvores, estendendo ilimitado
verde intercalado continuamente por cajueiros,
mangueiras, sem falar nos maduros e deliciosos tarumãs.
Esse rio
ficou conhecido como Rio Coxipó.
Águas límpidas habitadas por lambaris,
piaus, piavas, piraputangas, e mais no fundo bagres.
Sempre
“táva bom pá pexe”.
Quando preparados
por Seu Flô, do Bar Florentino, apetitosos.
- Você conheceu
o Bar Florentino?
Ficava ali mesmo na beira do rio.
O gorjear dos pássaros era intenso.
Do nascer ao pôr do Sol. Este quando se ocultava
tudo ali era mais bonito ainda. Uma manhã nas Praia Rica
e dos Artistas era o que mais estimulava a criançada. Depois
a Praia do Sayonara com suas opções recreativas e esportivas.
Pular da Ponte de Ferro antiga,
nem pensar. Era a maior preocupação
dos nossos pais. Mas pulei. Todos pulavam. Precisava ser igual…
Era um panorama de sonho e esplendor
que hoje acorda na mais caótica realidade.
Pacientemente espera 1.500 mudas do horto florestal
para conter as encostas de suas margens. Espera mais.
Espera, diariamente,
detritos e poluentes das mais variadas
origens lançados indiscriminadamente em seu leito.
Mas,
principalmente,
espera a nossa colaboração. Cuiabanos, brasileiros
irmanados na conservação desse Pátrio Rio. Estejamos atentos:
- Uma poderosa e invisível mão,
composta por muitos dedos, planeja na mais
singular atitude um destino para o Rio Coxipó: Agonizar!
(Primeira crônica de
nossa autoria escrita
e publicada em 1979).
Anna Maria Ribeiro Costa
8 de janeiro de 2024Uau!!! Poesia da terrinha no Circuito. Uma excelente entrada de ano!