O racha dentro do PSB, depois da série de destituições pelo Diretório nacional iniciada após a votação da reforma trabalhista, tem gerado assédio de outros partidos para acolhimento de eventuais dissidentes. Em Mato Grosso, ao menos sete partidos já fizeram convites de filiação a membros do PSB, estimulados pela situação de disputas.
O DEM é o maior partido no leque de alternativas de nova sigla aos socialistas. O ex-deputado Jayme Campos disse que a conversa teve início há cerca de 60 dias e, segundo ele, existe tendência para a transferência.
“Nós fizemos convite para todos eles, Eduardo Botelho, Adilton Sachetti, Fábio Garcia. E DEM está de portas abertas, eles serão muito recebidos. Nossa conversa [para transição partidária] está boa e acreditamos que ser algo possível”.
O convite do DEM foi confirmado pelo ex-presidente PSB-MT, deputado federal Fábio Garcia. Ele disse que também PSDB, PSD, PP, PP, PROS e Podemos já procuraram alguns socialistas com proposta de filiação.
“Convites foram feitos, mas nós trabalhamos para construir o partido internamente. Nada na vida é descartado totalmente, mas continuamos com a política de propor eleição de diretórios para escolher a melhor pessoa para comandar o partido nesse momento”.
Garcia afirma que a crise entre correligionários do PSB é interna e teve início com atitudes incoerentes do partido após a votação do projeto de reforma trabalhista. No caso de Mato Grosso, Fábio, que ocupava o cargo de presidente do diretório, foi destituído, juntamente com membros da mesa diretória, por voto a favor da reforma.
“Essa polêmica não acontece só em Mato Grosso, a nacional do partido destituição deputados de cargos de diretórios em outros Estados. [deputado federal] Valtenir Pereira é a consequência de um processo partidário. A questão que temos é com o partido, e não com o Valtenir.”
Ele diz que a nomeação de Valtenir Pereira para a presidência do partido em Mato Grosso revelou a “incongruência” do PSB nacional, que teria “motivos outros à reforma trabalhista” para fazer as mudanças.
“O Valtenir votou a favor da reforma trabalhista, era favorável ao governo Temer, e o PSB não era, e apoiou PT no governo do Lula, contrário à posição do PSB. Então, existem motivos que não são da reforma trabalhista para as mudanças. Vamos deixar a história revelar.”
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