Entidades reunidas na Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público divulgaram nota repudiando as declarações de Wadih Damous contra juízes e procuradores em vídeos publicados em redes sociais e entrevistas.
“Com palavras desrespeitosas, incabíveis na posição de uma figura pública que ocupa um assento no parlamento federal, e que já ocupou a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Rio de Janeiro, o deputado investiu contra todas as magistraturas judiciais e ministeriais brasileiras”, diz a nota assinada pelo presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti.
Ao usar termos como ʽjuizeca de quinta categoriaʼ e ʽpau mandadoʼ para se referir a uma Juíza federal, o deputado não só menospreza e desrespeita todas as magistraturas como também todas as mulheres que, durante décadas, lutaram, e ainda lutam, para conquistar e manter a igualdade e o respeito na sociedade. Com palavras destemperadas, e misto de condescendência e agressividade específica contra uma mulher provida, por lei e por mérito, de autoridade, o deputado Wadih Damous bem demonstra uma atitude que não mais se coaduna ou pode ser admitida, seja no parlamento, seja na sociedade e no debate público brasileiro.”
A polêmica começou por conta das constantes negativas de visitas ao ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT). Desde a prisão de Lula várias pessoas tentaram visitá-lo em Curitiba. Os pedidos de autorização vêm sendo sistematicamente negados pela juíza federal Carolina Lebbos, da Vara de Execuções Penais da Justiça Federal do Paraná.
A magistrada barrou pedidos de visitas da ex-presidente Dilma Rousseff, do presidenciável Ciro Gomes e do Nobel da Paz Adolfo Esquivel, e de Leonardo Boff. Além de impedir a entrada de uma comissão externa formada pela Câmara dos Deputados para avaliar as condições do cárcere de Lula.
Foi após uma dessas negativas que foram feitas as declarações do deputado federal Wadih Damous (PT-RJ), em vídeos publicados em redes sociais e entrevistas. A grande maioria das críticas são contra Carolina Lebbos e Sérgio Moro.
O ex-presidente está preso desde o dia 7 de abril para começar a cumprir a pena de 12 anos e um mpes pelo processo de compra do triplex no Guarujá, em São Paulo. A prisão foi decretada pelo juiz federal Sergio Moro com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que réus condenados em segunda instância podem ser presos para começar a cumprir a pena.