A megaoperação policial realizada na terça-feira, 28, nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, foi a ação com maior número de policiais mortos desde 2007, segundo dados do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF). Ao todo, quatro agentes morreram em confronto durante a operação, que deixou 121 mortos, de acordo com o governo.
Entre as vítimas estão os sargentos do Bope Cleiton Serafim Gonçalves, de 42 anos, e Heber Carvalho da Fonseca, de 39. Ambos foram baleados durante o confronto e morreram no Hospital Getúlio Vargas. Outros dois policiais civis também morreram na operação: Marcos Vinicius Cardoso Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, chefe de investigações da 53ª DP (Mesquita), e Rodrigo Velloso Cabral, de 34, da 39ª DP (Pavuna), que estava na corporação havia dois meses.
Desde 2007, apenas dois policiais tinham sido mortos em ações desse tipo na capital fluminense. O policial civil André Leonardo de Mello Frias, foi atingido na cabeça por um disparo de fuzil no Jacarezinho, em maio de 2021. O cabo da PM Bruno de Paula Costa foi atingido no pescoço e não resistiu ao ferimento durante uma operação no Complexo do Alemão, em julho de 2022.
A operação de terça-feira também foi a mais letal já registrada no Rio de Janeiro. Em coletiva de imprensa após os confrontos, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou que as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos na ação. As vítimas civis, no entanto, ainda não foram identificadas.
Durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29, moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 60 corpos à Praça São Lucas, segundo relatos locais. No início da tarde, todos os corpos tinham sido encaminhados ao Instituto Médico-Legal (IML). De acordo com o último balanço do governo estadual, 121 pessoas morreram, enquanto a Defensoria Pública contabiliza 132 vítimas.



