Há nove dias em greve médicos o sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) tentará derrubar medida judicial que determinou que 70% dos profissionais de saúde trabalhem nas unidades básicas. Segundo a presidente do sindicato, Eliana Siqueira no máximo até sexta-feira (26) a entidade representativa deverá argumentar contra a medida, no Tribunal.
Conforme a líder sindical, os médicos estão reunindo provas de que a secretaria municipal de saúde ainda não entrou em contato com o sindicato para oferecer uma contra-proposta. “Nós temos como provar que eles (a prefeitura) não estão cumprindo com as questões acordas na conciliação, feita em abril. Nós vamos apresentar as falhas da saúde, no município, para embasar nosso pedido de reconsideração”, explicou.
Nesta quarta-feira (24) o Sindimed apresentou a escala de atendimento nos serviços ambulatoriais em 70% e manutenção de 100% dos atendimentos de urgência e emergência, nos meses de junho e julho – para fins de conhecimento e cumprimento da decisão judicial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por meio da desembargadora Maria Helena Póvoas.
Na sexta-feira deverá acontecer uma nova assmbleia com a classe médica que discutirá os rumos da greve e possíveis manifestações na capital.
Cadastro de reserva ilegal
Ainda segundo a presidente do sindicato dos médicos, o órgão entrou na justiça para barrar a realização de prova para seleção de cadastro de reserva anunciado pela prefeitura de Cuiabá.
Conforme Eliana alegou, o cadastro de reserva é ilegal, pois ainda existem médicos concursados que não foram contratados. “Para começar a trabalhar na saúde é preciso que o profissional passe em concurso, ou por meio de contratação emergencial – que não acontece em nenhum dos casos”, comentou.
Greve legal, mas enfraquecida
No último dia 19 a juíza Maria Helena considerou a greve dos médicos legal, porém instituiu que os profissionais que estavam trabalhando 30% nas unidades básicas aumentasse o efetivo para 70%. Caso a categoria descumprisse a medida foi instituída multa de R$ 50 mil por dia.
Entenda
Os médicos de Cuiabá alegam que a prefeitura não cumpriu os acordos firmados na última greve, deflagrada em abril, e por conta disso a greve era inevitável. A categoria cobra a realização de multirões de saúde para 'desatolar' a fila de espera para consultas/exames/cirurgias, segurança 24h nas unidades de saúde, salário compatível com o piso nacional da categoria de R$ 11,5 mil e escala adequada do lotacionograma.
Outro lado
A prefeitura em contra-partida alega que já cumpriu com parte dos acordos e que não é justificável a realização da greve.