Cidades

Médicos rebatem acusações de secretário e greve começa na saúde

Em ato na frente do Pronto Socorro de Cuiabá, cerca de 20 médicos liderados pela presidente do Sindicato do Médicos de Mato Grosso (Sindimed-MT), Eliana Maria Siqueira Carvalho desmentiram as informações repassadas pelo secretário de saúde do município , Ary Soares Júnior dadas em entrevista coletiva no Palácio Alencastro, ontem (15). O protesto marca o início da greve que iniciou nesta terça-feira (16) em toda capital e que irá atender apensas urgência e emergência, os demais atendimentos se restringirão a 30%.

Segundo informações da presidente os acordos firmados com Mauro Mendes estariam sendo desrespeitados pelo executivo. Entre os pontos principais de reivindicação está a incorporação do prêmio saúde ao salário; realização de mutirões da saúde para reduzir o número/tempo de espera de pacientes na fila para cirurgias e consultas com especialistas; reforço efetivo da segurança nas unidades de saúde – que conforme a presidente Eliane está acontecendo apenas até as 23h; E uma tabela efetiva na escala dos médicos.

Questão salarial

Conforme Eliane disse a prefeitura paga hoje R$ 3.881 de piso, mais 40% de insalubridade (R$ 1.552), mais o prêmio saúde de R$ 1.900 para um profissional concursado – total de R$ 7.333. Contudo como explicou a líder sindical, a insalubridade não é paga nas férias, nem nas licenças médicas e ainda não contará como base para a aposentadoria dos médicos.

“É ridículo a proposta deles está diminuindo o nosso salário. Pois conforme o e-mail do procurador Rogério Gallo – enviado às 17h30min e véspera da nossa assembleia na sexta-feira (12) – o prêmio saúde ainda será extinto em janeiro de 2016. Ou seja, não temos um salário-base descente, não recebemos o valor integral em caso de licença/férias e ainda vamos perder o prêmio saúde de R$ 1.900 fixo”, explicou Eliana. “Não tem lógica o discurso deles. Eles falam que a gente ganha R$ 7 mil a R$ 9 mil e fazem uma proposta para ganhar R$ 5 mil? O argumento deles não condiz com a realidade”, emendou.

Sem médicos nas unidades

Outro ponto que a sindicalista frisou durante a manifestação foi a questão do lotacionograma. A presidente mostrou uma tabela enviada pela Secretaria Municipal de Saúde, a qual aponta diversos horários vagos que não tem médico escalado. O que, segundo Eliana, provoca o não atendimento a população que vai nas unidades durante estes horários.

Conforme a sindicalista o concurso que foi realizado sem consultar os profissionais da área e não atenderão a demanda de Cuiabá. De acordo com ela, após a efetivação dos 85 concursados ainda seria necessário outros 60 profissionais.

Acordo ‘debaixo dos panos’

Questionada sobre a falta de compromisso de alguns médicos em cumprir o horário contratado, apontada pela prefeitura na entrevista coletiva, a presidente foi taxativa: “Isso não é um problema do sindicato. Isso é problema da gestão incompetente que não tem controle sobre os profissionais que contrata. Eles falam que tem estes 740 médicos e não estão trabalhando porque?”, indagou a representante do Sindimed.

Segundo Eliane a prefeitura oferece um salário baixo e para ter quem trabalhe com esse piso, fazem acordos ‘por debaixo do pano’. “Por falta de profissionais que queiram trabalhar com esse salário, eles [o executivo] fazem acordos para os alguns profissionais atenderem um número ‘x’ de pacientes e fazem corpo mole com o horário. Agora eles viram e querem que eles trabalhem de forma integral? Eles revelam uma incompetência de gestão”, finaliza.

Outro Lado

Durante a entrevista coletiva realizada no Palácio Alencastro, em Cuiabá, o Secretário de saúde do município Ary, disse que assim que a greve for deflagrada, a equipe jurídica irá tentar questionar a legalidade da manifestação na justiça. O Secretário auxiliado por Kleber Lima (secretário de comunicação) e pelo Rodrigo Verão (procurador em exercício) disse que está já é a terceira greve em menos de cinco meses e meio.

A equipe da prefeitura apresentou uma lista das reivindicações, firmadas no dia 22 de abril, que estariam sendo cumpridas pelo Executivo.  Entre os tópicos estão: A realização do Concurso público; Apresentação do lotacionograma; Capacitação dos médicos em urgência e emergência; Plano de saneamento das filas de consultas, exames e cirurgias; Reestruturação do prêmio-saúde e Segurança 24h nas unidades de saúde.

Questionado sobre os pontos reivindicados pela categoria o secretário disse que está cumprindo todos os pontos acordados.

 

Ulisses Lalio

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