Em torno de 700 médicos da capital estão em greve nesta terça-feira (03), por melhores condições de trabalho e segurança, com mobilização iniciada às 7h, em frente ao Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC). Todos os serviços médicos das unidades de saúde pública de Cuiabá estão comprometidos com a paralisação que será de 24 horas. Apenas os atendimentos de urgência e emergência, mais 60% do eletivo ambulatorial (consultas médicas) é que estão funcionando.
Esta já é a quarta paralisação dos profissionais médicos, que começaram a se mobilizar há um mês, em frente a Policlínica do bairro Coxipó. Onde ocorreu o episódio de agressão de paciente contra a equipe médica, em situação de espera para atendimento, no primeiro dia do ano.
Ele teria sido ferroado por uma arraia e agrediu um médico e uma técnica de enfermagem, verbal e fisicamente, por uma demora em receber o atendimento. Para tanto, este episódio foi que desencadeou a primeira greve em 15 de janeiro, com apenas 30% do ambulatorial funcionando, além de urgência e emergência.
Para a classe médica a prioridade é a segurança policial, onde o Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), alega que não existe policiamento 24 horas nas unidades, que é feito apenas por ronda de viatura da Polícia Militar. Isto descumpriria um acordo entre o Município e o Estado, que garante a presença de segurança policial em tempo integral.
Os médicos pedem por um aumento salarial de R$ 3,5 mil, que é o que recebem por 20 horas semanais, para o indicativo de R$ 11.675,94, conforme a sugestão aprovada pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
“Nós estamos fazendo uma greve por semana. A prefeitura entrou com uma liminar para nos impedir, mas a desembargadora (Maria Helena Gargaglione Póvoas) jugou como legal, desde que tenha esse atendimento eletivo de 60%. Também vamos brigar por aumento salarial”, diz o médico pediatra do HPSMC, atuante do Sindimed, Osvaldo César Pinto Mendes.
Segundo o sindicato, muitas reinvindicações vêm de encontro com acordos descumpridos ou realizados parcialmente, desde 2009.
Ato e assembleia geral
Ás 16h haverá um ato em frente ao HPSMC e de lá seguem para uma assembleia geral, que acontecerá às 19h, e deve contar com representantes do Sindimed, os médicos e o secretário de saúde de Cuiabá, Ary Soares de Souza Júnior.
“Pode fazer a greve. É um direito que eles têm. Contudo a gente também e estamos tomando as providências. Esta já é a quarta anunciada. Vão se reunir em assembleia e tudo isso eu estou sabendo da mesma forma que vocês, através da mídia. Eu tive uma comunicação do sindicato, por um protocolo que ele fizeram de um resultado de assembleia e que todos foram respondidos na sexta-feira (30 de janeiro)”, diz o secretário.
Conforme o resultado da reunião, sendo contrária, ou sem prazo ou proposta concreta à categoria, há um indicativo de greve por tempo indeterminado.
Quanto ao pedido de reajuste salarial, o secretário diz que a data base dos médicos foi pactuada para o mês de abril e que discutirá sobre o assunto desde que esteja de acordo com o calendário.
“Quanto a questão de segurança nós estamos falando de um caso isolado, de uma região de vulnerabilidade. Agora tanto lá quanto na UPA tem 24 horas de policiamento”, pondera o secretário.