Jurídico

Médico é chamado de assassino em depoimento sobre atropelamento

O urologista Aritony Alencar, esposo da dermatologista Letícia Bortolini, prestou depoimento à Polícia Civil na tarde desta terça-feira (17) sobre o atropelamento do verdureiro Francisco Lucio Maia, que morreu no local do acidente após o casal não ter prestado socorro. Na delegacia, Airtony foi chamado de “assassino” pelas filhas da vítima.

O médico foi ouvido pelo delegado Christian Cabral, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Deletran). Em depoimento, ele afirmou que não viu o momento do acidente porque estava no banco de carona dormindo. Segundo ele, foi surpreendido pela polícia em sua casa, na mesma noite, quando sua esposa foi levada à delegacia acusada do crime.

De acordo com o marido, Letícia não estava bêbada no momento do acidente. Ao delegado, ele comentou que a mulher tem o hábito de beber socialmente, mas disse que não viu a esposa ingerindo bebida alcoólica no evento, e que, ao deixarem o Festival Braseiro, por volta das 19h30, a médica assumiu a direção do veículo.

Aritony disse ainda que estavam na casa de seu pai, onde havia deixado o filho pequeno, quando a polícia chegou, cerca de cinco minutos depois. Ele afirmou que foi apenas com um policial, que apontou os danos no veículo, um Jeep Concept, que ele soube do acidente. Segundo ele, antes disso, Letícia não havia mencionado nada.

Na mesma noite do crime, ambos os médicos foram conduzidos a delegacia, mas Aritony deixou o local sem prestar depoimento, pois, segundo disse ao delegado, temia represália de populares que tomavam o local.

Investigação

De acordo com o delegado, ainda será investigado se o médico diz a verdade sobre ter dormido ou se foi conivente com a omissão de socorro praticada pela esposa.

Mesmo com o relato de que Aritony não viu indícios de embriaguez em Letícia, a delegacia tem como indício fotos publicadas no Instagram da médica, nas quais ela aparece com bebida alcoólica. Após a confusão, as redes sociais da acusada foram deletadas. O médico afirmou que não foi o responsável por deletá-las.

O delegado informou ainda que testemunhas serão ouvidas e que serão utilizadas imagens de câmera de segurança de locais próximos ao acidente.

Revolta

Na deletran, as filhas do verdureiro aguardavam o médico, indignadas com o acontecido. Exaltadas, faziam observações referente ao depoimento prestado por Letícia, ainda no final de semana, quando disse que não prestou socorro porque pensou que havia atropelado um cachorro. “Seu assassino. Meu pai não é cachorro”, elas gritavam.

Francisco, que tinha três filhos, foi atropelado na avenida Miguel Sutil, na noite de sábado (14). As filhas se disseram revoltadas com a revogação da prisão preventiva concedida à Letícia pelo TJMT. No pedido de habeas corpus, a defesa destacou que a médica é mãe de um filho de um ano, que necessita de seus cuidados, e que a acusada não possui antecedentes criminais. “Engraçado que na hora que ela sair para beber por aí, encher a cara para sair na rua matando os outros, ela não lembrou que ela tinha filho de um ano, aí ela achou gente para deixar o filho dela, mas para ficar presa em um presídio, não”, comentou uma das filhas.

 

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Redação

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