Nacional

Médico do Sírio baleado por paciente deixa UTI, diz hospital

O urologista Anuar Ibrahim Mitre, de 65 anos, deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo, quase um mês após ter sido baleado por um de seus pacientes. De acordo com o centro-médico o paciente está consciente, mas continua internado num quarto, sem previsão de alta.Após atirar no rosto e no braço do especialista, Daniel Edmans Forti, de 52 anos, se matou com um tiro na cabeça. A tentativa de assassinato seguida de suicídio ocorreu em 15 de setembro. Para a Polícia Civil, o atirador quis se vingar do especialista, que o teria deixado impotente após uma operação na uretra em 2012.

Antes do crime, Daniel chegou a denunciar Anuar ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) pela cirurgia. O conselho concluiu, no entanto, que não houve erro no procedimento cirúrgico.Investigadores do 4º Distrito Policial, na Consolação, centro da capital paulista, que investiga o caso, disseram nesta segunda-feira (13) ao G1 que vão procurar ouvir Anuar para concluir o inquérito.

A confirmação de que o urologista deixou a UTI foi confirmada nesta manhã pela assessoria de imprensa do Sírio-Libanês. De acordo com o hospital, boletim médico divulgado na última sexta-feira (10) informa que Anuar permanece internado, já no quarto, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O paciente vem apresentando ótima evolução. Ainda não há previsão de alta".

Internado
Segundo o hospital também não há previsão da divulgação de novos boletins médicos sobre o estado de saúde do urologista. Também não foi informado se Anuar terá sequelas. Policiais disseram à equipe de reportagem que havia risco de o especialista ter problemas na visão e no braço. Anuar teve traumatismo crânio encefálico e fratura no braço.O corpo de Daniel foi enterrado no dia 17 de setembro no Cemitério Israelita do Butantã, Zona Oeste da capital. De família judia, ele morava com a mãe num apartamento na região de Higienópolis.

Daniel começou a se tratar com Anuar em São Paulo em 2012, depois de ter sofrido um acidente de moto no Rio de Janeiro. Ele teve o pulmão perfurado, quebrou a bacia e teve problemas na uretra.Na capital paulista, o urologista operou o paciente. Mas devido ao procedimento, Daniel começou a sentir dores no corpo e eventualmente usava muletas para caminhar, o que teria agravado seu quadro depressivo. Solteiro e sem filhos, ele também reclamava de impotência sexual.

Em 2013, Daniel, que antes do acidente exercia a função de médico do trabalho, pediu o cancelamento do seu registro profissional no Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj). De acordo com o Conselho, o motivo não foi informado à entidade. Ele teria desistido da profissão por estar se sentindo inválido após a cirurgia.

Suicídio
No mês passado, Daniel entrou no consultório de Anuar, que fica em frente ao Sírio-Libanês, o xingou, sacou uma arma e atirou duas vezes nele. O médico sobreviveu aos ferimentos. Coincidentemente, ele é vice-diretor e membro do Conselho Consultivo do Instituto de Ensino e Pesquisa do hospital onde está internado.Após balear Anuar, Daniel pegou o revólver calibre 38 e atirou contra a própria cabeça, morrendo no local.

Para a investigação, o paciente quis mesmo se vingar do médico que o operou. Entre as pessoas que já foram ouvidas pela polícia estão a secretária de Anuar e o irmão de Daniel.Os policiais ouviram, entre outras coisas, que o paciente ligava insistentemente para o consultório, reclamava do tratamento pós-operatório, tomava remédios controlados contra depressão e pensava em se suicidar.Dos objetos apreendidos pelos peritos da Superintendência da Polícia Técnico-Científica de São Paulo no consultório onde Daniel atirou em Anuar estão duas armas e uma faca.

G1

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Nacional

Comissão indeniza sete mulheres perseguidas pela ditadura

“As mulheres tiveram papel relevante na conquista democrática do país. Foram elas que constituíram os comitês femininos pela anistia, que
Nacional

Jovem do Distrito Federal representa o Brasil em reunião da ONU

Durante o encontro, os embaixadores vão trocar informações, experiências e visões sobre a situação do uso de drogas em seus